Inoporto: quem quer comprar o Porto em frasquinhos?

João, Ricardo e Fábio partilham duas paixões: o Porto e o Design. Aliaram-nas para criar "a melhor recordação da cidade" e possibilitar aos turistas — e a quem quiser — levar o Porto no bolso. Literalmente, em frasquinhos

Imagine passar um dos melhores momentos da sua vida no Porto, com histórias para contar de Matosinhos à Ribeira, dos Clérigos à Casa da Música. Por fim, antes de ir embora — seja porque é turista ou imigrante —, e já com a nostalgia a bater à porta, imagine poder levar consigo areia da Praia da Luz, ar da Ribeira, terra do Palácio de Cristal ou água do Douro — ou tudo junto.


Esta é a ideia de João Lima, Fábio Vilas Boas e Ricardo Lima, que vivem em Vila Nova de Gaia mas são uns verdadeiros apaixonados pelo Porto — e acreditam que muitos partilham da mesma paixão [talvez tenham alguma razão]. O projecto chama-se Inoporto, nasceu de "ideias e gostos em comum" e consiste em pequenos frasquinhos recheados de elementos naturais que servem de recordação da cidade. Uma recordação "mais física, mais visível, mais sentida".


"Há muitas recordações que remetem para o Porto, como as fotografias e os postais, mas nós quisemos criar uma recordação que de facto exportasse um bocadinho da cidade", explica João, de 23 anos. A ideia foi inspirada no "ar de Paris", uma latinha vendida com ar da capital francesa, mas evoluiu para um conjunto de quatro elementos da cidade Invicta: ar, água, terra e areia.


O design atractivo destes frasquinhos é um dos factores que mais enriquece esta ideia, não fossem todos amantes da área. "Quisemos aliar Design e Turismo, que são duas vertentes que gostamos e que se podem conjugar muito bem", conta João que, com 23 anos, é estudante do último ano do Mestrado em Design de Comunicação na Escola Superior de Artes e Design (ESAD) de Matosinhos.


Fábio e Ricardo são mais novinhos: têm 18 e 17 anos e frequentam o 12.º ano do Curso de Comunicação Multimédia no Colégio de Gaia, mas querem "ser empreendedores". O novo ano foi o ponto de partida para levar o projecto "além dos cadernos". Por isso, o próximo passo é "criar parcerias para fazer com que a ideia cresça".


Depois do inevitável contacto com o Turismo do Porto, querem chegar a espaços culturais e emblemáticos da cidade, como o caso de Serralves ou do Jardim Botânico, para estudarem a possibilidade de "edições personalizadas", com elementos naturais característicos de cada local. "Além de promovermos um espaço da cidade em específico, essa entidade passa a ter um produto de 'auto-promoção'", explicam.


Depois, é criar "postos de venda" e deixar os frasquinhos sair à rua. Deverão custar três euros a unidade e 12 euros em caixas personalizadas com os quatro elementos, em que cada pessoa poderá escolher a origem de cada um deles. No rótulo, levam as coordenadas, na cabeça as memórias e na mão, "a melhor coisa que um turista podia receber do Porto", acreditam.

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