Obras de alargamento do canal do Panamá suspensas

O presidente do canal do Panamá, Jorge Quijano, anunciou a suspensão das obras de alargamento, após o fracasso nas negociações de financiamento.

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Derrapagem na obra do canal do Panamá deveu-se a erros no caderno de encargos CARLOS JASSO / REUTERS

O Grupo Unidos pelo Canal (GUPC) – consórcio encabeçado pela empresa espanhola Sacyr – e a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) terminaram terça-feira o prazo para as negociações acerca do financiamento da derrapagem de custos calculada em 1600 milhões de dólares (cerca de 1172 milhões de euros).

O presidente do canal interoceânico, Jorge Quijano, anunciou quarta-feira que o consórcio suspendeu as obras de alargamento após o fracasso nas negociações, e advertiu que esta ruptura coloca em risco 10.000 postos de trabalho.

O consórcio responsável pela obra de alargamento disse num comunicado que a interrupção das conversações põe em “risco iminente” a ampliação do canal, bem como os empregos que dele dependem e que a disputa pode durar anos se as partes não chegarem a acordo.

“Sem uma solução imediata o Panamá e a ACP podem enfrentar anos de disputas, perante os tribunais nacionais e internacionais, sobre os acontecimentos que levaram o projecto à beira do fracasso” advertiu o grupo espanhol, que afirma que “a atenção do mundo inteiro está centrada no Panamá e na sua capacidade para completar o projecto do canal”, segundo a agência AFP.

Desde o início do ano que as obras levadas a cabo pelo GUPC estão a decorrer lentamente e com interrupções, o que acumula um atraso de nove meses em relação ao prazo previsto para a finalização do alargamento do canal do Panamá (2014).

O canal interoceânico, com 80 quilómetros de largura e por onde passa 5% do comércio marítimo mundial, foi inaugurado em 1914 e cedido pelos Estados Unidos ao Panamá em 1999.

Esta jornada de conflitos e negociações entre o GUPC e o ACP provocaram quarta-feira uma queda das acções da Sacyr de 6,01% na bolsa de Madrid, segundo a AFP. 

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