Trabalhadores ferroviários marcam “dia de protesto” para 4 de Fevereiro
Marcação de greves, manifestações e concentrações deverá ser decidida até ao final da semana.
Os trabalhadores do sector ferroviário decidiram agendar para 4 de Fevereiro um “dia de protesto” para contestar os cortes salariais e as medidas de austeridade previstas no Orçamento do Estado (OE) para 2014. A decisão, tomada nesta terça-feira em plenários realizados por todo o país nas estações e locais de trabalho da CP, Refer, EMEF (a empresa de manutenção de equipamento ferroviário), abre a porta a um dia de greves, manifestações e concentrações no sector.
As acções concretas deverão ser decididas até ao final da semana, adiantou ao PÚBLICO José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), afecta à CGTP.
A contestação dos trabalhadores tem a ver não apenas com as reivindicações dos trabalhadores no activo, mas também com as dos reformados. A resolução apresentada nos plenários desta terça-feira pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário elenca como reivindicações principais: “a reposição dos acordos de empresa e dos cortes salariais” acima dos 675 euros, a “reposição do direito ao transporte” e a “defesa da componente social do transporte ferroviário e contra as privatizações”.
A acção acontece três dias depois do “dia nacional de luta” agendado pela CGTP para 1 de Fevereiro que pede o “fim ao terrorismo social da política de direita” e a demissão do Governo. E vem na sequência de uma vaga de paralisações no sector dos transportes que se estende até 31 de Janeiro com um período de greve ao trabalho extraordinário na CP e na CP Carga.
José Manuel Oliveira lembra que estes serão os primeiros dias em que os trabalhadores “vão ver na prática o que é que implicam os novos cortes impostos pelo Orçamento do Estado”. E a expectativa é a de que o impacto possa “mobilizar mais trabalhadores” para este dia, sejam quais forem as acções de protesto a anunciar entretanto.
“Os trabalhadores e reformados vão ser confrontados, novamente, a partir do mês de Janeiro com novos e brutais cortes nas suas remunerações” e com “a redução das deduções em sede de IRS e com a sobretaxa de 3,5%”, refere-se na resolução apresentada nos plenários realizados nesta terça-feira.
No mesmo texto, o sindicato contesta ainda que, tanto os trabalhadores como os reformados, continuem a ser “confrontados com o roubo do seu direito ao transporte”, porque, dizem, os descontos acordados entretanto apenas repõem uma parte do valor anteriormente previsto.
Outro foco de contestação está ligado à redução de custos nas empresas públicas do sector e do impacto que, temem, as medidas de contenção venham a ter na qualidade dos serviços ferroviários.