PCP marca protestos e "denuncia frete da RTP"

A escolha dos convidados para o programa O País Pergunta, da RTP, gera desconforto no PCP.

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O PCP está a preparar uma queixa à Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) e já marcou acções de protesto junto ao local onde irá decorrer a entrevista ao primeiro-ministro, que acontece na quarta-feira.

Através de um comunicado enviado à comunicação social, o PCP dá conta dos protestos que vai realizar já a partir da próxima quarta-feira. Em causa está a escolha dos primeiros dois convidados, Pedro Passos Coelho e António José Seguro, para o programa O País Pergunta, que vai ser emitido às quartas-feiras, logo a seguir ao noticiário da hora nobre da RTP.

O partido entende que há uma instrumentalização do canal público, na medida em que a escolha dos convidados exclui todas as outras forças políticas e opta apenas por dar destaque aos representantes dos "principais partidos da política de direita."

O PCP está ainda a preparar uma queixa dirigida à Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), por considerar que a RTP "viola grosseiramente as obrigações de isenção e pluralismo a que qualquer órgão de comunicação social, nos termos da Constituição da República, está vinculado, mas também as que decorrem do serviço público de televisão a que o povo português tem direito".

No comunicado, há ainda espaço para deixar duras críticas ao director de informação da RTP, Paulo Ferreira. "Para o PCP, não cabe à RTP decidir 'quem governa' ou quem 'está na primeira linha da sucessão da governação', como grosseiramente definiu o director de informação da estação pública de televisão", dizem os comunistas.

O primeiro-ministro vai ser entrevistado por vinte portugueses na quarta-feira à noite, no programa O País Pergunta, um modelo inédito na televisão portuguesa. E não é a primeira vez que gera polémica. Em Setembro, o programa foi adiado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), na sequência de queixas apresentadas pelos socialistas e pelos comunistas, que entenderam que, durante a campanha eleitoral autárquica, não havia lugar para entrevistar Pedro Passos Coelho ou qualquer outro líder partidário. 

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