Bastonário dos Psicólogos critica falta de estratégia de contratação nas escolas

Ordem diz que rotatividade e excessivo número de alunos por psicólogo dificulta resolução de problemas e que mais tarde o preço será mais caro.

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Ainda há alunos sem aulas Nelson Garrido

O bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Baptista, critica a falta de estratégia de contratação por parte das escolas, argumentando que o sistema em vigor, entre Setembro e Julho, não permite uma continuidade no trabalho desenvolvido.

“O Ministério vai contratando um conjunto de pessoas, ano após ano. O psicólogo chega em Setembro, sai em Julho, é uma solução remediativa. Este sistema não permite, muitas vezes, dar continuidade ao trabalho desenvolvido”, disse à agência Lusa Telmo Baptista.

De acordo com o bastonário, no presente ano lectivo, o número de psicólogos nas escolas passou de 176 para 181, “mas em 80 casos a meio tempo”. “Não é um aumento, é uma diminuição. E precisamos de muitos mais para satisfazer as necessidades”, frisou.

Telmo Baptista adiantou que parte daqueles profissionais têm de se deslocar entre mega-agrupamentos e chegam a ter 3000 alunos a cargo. “As escolas são sítios muito sensíveis, era aqui que se podia reforçar a proximidade, mas tudo isto é muito pouco para o que podia ser feito”, lamentou.

Para o bastonário, a falta de investimento em psicólogos, agora, no âmbito escolar, apostando na prevenção de patologias como a ansiedade, “vai-se pagar mais tarde no âmbito da saúde, e é mais caro”.

A proximidade às pessoas por parte dos psicólogos é uma das questões em debate, nesta sexta-feira e sábado, em Coimbra, no I Encontro Luso-espanhol de Psicologia, intitulado “Soluções da Psicologia em Tempos de Crise”.

Mais de 600 participantes dos dois países vão debater soluções que a Ordem assinala comuns, desde logo as “respostas de proximidade”, que defende para patologias associadas à crise, como a depressão, os consumos ou problemas familiares.

“Não deixar que a questão se ponha só a partir do momento que as pessoas recorrem aos hospitais centrais, mas fazê-lo em centros de saúde, juntas de freguesia”, sustentou Telmo Baptista.

Outro tema em debate, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, passa pela importância da internacionalização dos psicólogos. No evento será ainda entregue o Prémio Nacional de Psicologia 2013, a uma personalidade ou instituição.

 

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