Obama alerta que tensão racial pode ser aumentada pela desigualdade económica

Igualdade de oportunidades tem vindo a sofrer erosão nos "últimos 20, 30 anos", diz ao The New York Times.

Foto
Manifestações de movimentos nos EUA contra o veredicto de inocência do homem que matou um jovem negro nos EUA AFP

O Presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu, em entrevista ao diário The New York Times, publicada este sábado, que a tensão racial nos Estados Unidos não diminuirá se se mantiver a desigualdade económica no país.

“As tensões raciais não vão melhorar; poderão até agravar-se, porque as pessoas vão sentir que têm que competir com algum outro grupo pelas sobras de uma panela cada vez mais pequena”, afirmou Obama, na entrevista em que realçou a sua mensagem sobre a desigualdade económica no país.

O Presidente norte-americano considerou que a igualdade de oportunidades tem vindo a sofrer uma erosão nos “últimos 20, 30 anos, muito antes da crise”.

“Se não fizermos nada, então o crescimento será mais lento do aquilo que deveria, o desemprego não baixará tão rápido como deveria e a desigualdade em termos de rendimentos continuará em alta (...) Esse não é o futuro que devemos aceitar”, afirmou.

Pouco depois dos protestos motivados pela absolvição, por legítima defesa, do autor da morte do jovem negro Trayvon Martin, Obama defendeu que os problemas raciais dos Estados Unidos não se resolverão até que os políticos em Washington lidem com os medos de muitos de que a estabilidade financeira seja inalcançável.

“Se a economia estiver a crescer, (…) toda a gente vai sentir que seguimos na mesma direcção”, apontou.

O ex-segurança voluntário de um bairro do estado norte-americano da Florida George Zimmerman, de 29 anos, foi declarado inocente, em meados deste mês, da morte do adolescente negro Trayvon Martin, em 2012.

George Zimmerman disse em tribunal que alvejou Martin no peito por temer pela sua vida, mas o jovem não estava armado na altura, não havendo também testemunhas do ocorrido.

O caso chocou os Estados Unidos e reacendeu o debate sobre a desigualdade racial, com os advogados de acusação de Zimmerman, de origem hispânica, a alegar que o crime derivou do preconceito.

Este caso deu origem a várias manifestações de movimentos civis nos Estados Unidos.

Sugerir correcção
Comentar