Governo "respeita" o direito à greve e "respeita muito" quem está a trabalhar

Ministro dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, afirma que executivo respeita direito à greve e que respeita "muito" quem está nesta quinta-feira a trabalhar.

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O ministro da presidência do Conselho de Ministros afirmou nesta quinta-feira, dia de greve geral, que o “país não está parado”. Marques Guedes sublinha que o direito à greve deve ser respeitado, mas que defende que é de “trabalho que o país precisa”.

“O país não está parado e a opinião do Governo é que é exactamente de trabalho que o país precisa”, disse Marques Guedes na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de Conselho de Ministros.

Esta é a quarta vez, desde o 25 de Abril, que a CGTP e a UGT se juntam em greve geral. É ainda a segunda que o actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, enfrenta. Aliás, é o primeiro governante da democracia a enfrentar duas greves gerais convocadas pelas duas centrais sindicais.

O ministro garantiu o respeito do Governo pelo “exercício legítimo de quem entende exercer através da greve o seu protesto”, mas sublinhou que a equipa liderada por Passos Coelho respeita também, “e muito, todos os portugueses que exercem o seu direito ao trabalho e que estão no dia de hoje a trabalhar e a trabalhar como o Governo também está, para melhorar as condições do país e para superar as dificuldades em que o país está mergulhado”.

A posição assumida nesta quinta-feira pelo Governo mantém o que o primeiro-ministro já tinha assumido no debate quinzenal na Assembleia da República. Na quarta-feira, Passos Coelho disse respeitar o “direito inalienável à greve”, mas para o chefe de Governo “o país precisa menos de greves e mais de trabalho e de rigor”.

Essas declarações mereceram críticas dos principais dirigentes sindicais. De acordo com as centrais que convocaram esta paralisação, CGTP e UGT, o sector privado regista uma "forte adesão" ao protesto, com o sector dos transportes a ser aquele em que os efeitos da greve mais se fazem sentir. Na saúde, segundo os sindicatos, muitas unidades asseguram apenas os serviços mínimos.

Face aos primeiros números de adesão à greve geral desta quinta-feira, o líder da CGTP, Arménio Carlos, classifica-a como "excepcional". Verificou-se uma "fortíssima expressão do sector público, privado e sector empresarial do Estado", disse em conferência de imprensa ao início da tarde, em Lisboa, para um primeiro balanço da adesão.

Arménio Carlos falou de "grande adesão da função pública" nomeadamente ao nível da administração local, justiça e transportes. Verificou-se uma "adesão muito significativa do sector privado", ficando os números entre 70% e 100% de adesão num conjunto vasto de empresas, nesta que o secretário-geral classifica como uma "primeira amostragem".

Para Arménio Carlos o "Governo ficou mais enfraquecido e perdeu margem de manobra para as suas políticas" e, quanto ao Presidente da República, o sindicalista pede-lhe que "pense sobre o que se passou hoje em Portugal e a resposta a dar aos trabalhadores". "É o que deverá fazer."


 
 
 

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