Saúde com adesão elevada, dizem sindicatos

Muitas unidades do país asseguram somente os serviços mínimos para acudir aos casos de urgência.

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Paulo Pimenta

Segundo dados da CGTP, os serviços de saúde obtiveram uma elevada adesão nos turnos da noite, o mesmo sucedendo aos turnos da manhã, nos hospitais nacionais.

“A esmagadora maioria das unidades de saúde apenas está a prestar serviços mínimos para acudir aos casos de urgência”, lê-se na nota à comunicação social. Hospitais de Bragança, Coimbra, Fundão, Tondela, Peniche, Torres Novas, Pombal e Montijo contam com 100% de adesão à greve, de acordo com os números da CGTP.

Em Lisboa, o Hospital de S. José registou um nível de 90%, o de S. Francisco Xavier, 76%, Santa Marta, 88%, D. Estefânia, 94%, e Capuchos, 86%.

No Porto, as percentagens apontadas pela CGTP variam entre os 68%, no Hospital de Santo António, e os 83%, no Hospital de S. João. Neste último, o PÚBLICO soube que o Bloco Central esteve encerrado na manhã de quinta-feira, e que apenas algumas cirurgias de urgência estão a ser realizadas. As consultas externas do Hospital de S. João estão a funcionar, mas sentem-se os efeitos da greve.

No Centro Hospitalar do Porto (que engloba os hospitais de Santo António e Joaquim Urbano e a Maternidade Júlio Dinis) há 13 blocos operatórios em greve; apenas dois blocos operatórios asseguram os serviços mínimos no Hospital de Santo António.

Na Maternidade Júlio Dinis nenhum dos seus blocos se encontra a trabalhar, e no Serviço de Pediatria do Hospital de Santo António, dos três blocos existentes, apenas um está em funcionamento.

A adesão dos trabalhadores administrativos e auxiliares da função pública nos principais estabelecimentos de saúde do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos registou, durante o turno da noite, valores diferentes, de acordo com fonte do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte.

Em algumas destas unidades de saúde os turnos da noite foram assegurados por serviços mínimos, como aconteceu no Hospital de S. João e no Instituto Português de Oncologia, no Porto, e no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Também o Instituto Nacional de Emergências Médica (INEM) funcionou com serviços mínimos.

Já no Hospital de Santo António, no centro da cidade, a adesão dos seus funcionários à greve foi de 80%, segundo dados avançados ao PÚBLICO pelo coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, Artur Monteiro.

O PÚBLICO apurou que no Hospital do Litoral Alentejano dos 72 enfermeiros pararam 58.

No sector da enfermagem, o Sindicato dos Enfermeiros vem confirmar, para os turnos da manhã, a nível nacional, uma adesão à greve na ordem dos 76%, e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses assegura que 100% destes profissionais de saúde fizeram greve nos Hospitais de Tondela, Fundão e Serpa. Dos números apontados pela organização, o Hospital de Santa Marta esteve, esta manhã, a funcionar com pouco menos de 10% do seu efectivo de enfermagem.

Dados da GCTP indicam que a “adesão no sector da enfermagem situou-se em 79,6% nos turnos da noite, a nível nacional”, o que traduz, de acordo com a central sindical, uma “ forte unidade dos enfermeiros que trabalham em Portugal”.

Contactados pelo PÚBLICO, os hospitais de Santa Maria, em Lisboa, Distrital de Faro, e de Braga, recusaram-se avançar quaisquer informações sobre os níveis de adesão à greve e quais os serviços mais afectados. A Direcção Regional de Saúde afirmou não ter ainda dados disponíveis e o Ministério da Saúde recusou-se a prestar declarações sobre a adesão à greve.

De acordo com declarações feitas pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam), que ainda não aponta números, sabe-se que no Hospital de Braga foi colocado um colega tarefeiro a substituir um médico em greve, o que segundo Merlinde Madureira, da Fnam, “é uma situação muito grave”.
 
 
 

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