Malala cria fundo para garantir educação de meninas no Paquistão

Projecto vai permitir, para já, pagar a educação de 40 crianças num local seguro e apoiar financeiramente as suas famílias.

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Malala transformou-se num símbolo da luta contra os taliban do Paquistão AFP/DR

Malala Yousafzai, a paquistanesa que escapou a uma tentativa de assassínio dos taliban, anunciou a primeira doação do fundo que criou para permitir que 40 meninas paquistanesas frequentem a escola.

A jovem de 15 anos anunciou a criação do fundo a partir do Reino Unido, onde vive agora, para a conferência Mulheres no Mundo, em Nova Iorque. Os 45 mil dólares (35 mil euros) que conseguiu angariar até agora com o apoio da actriz Angelina Jolie e de duas instituições de caridade, destina-se a pagar a educação de quatro dezenas de meninas com idades entre os cinco e os 12 anos do Vale de Swat, a região onde vivia no Paquistão.

“Anunciar a primeira doação do Fundo Malala é o momento mais feliz da minha vida”, disse. “Permitam-nos que passemos da educação de 40 para 40 milhões de meninas.” A criação do Fundo Malala já tinha sido anunciada em Fevereiro, na sua primeira declaração pública depois de ter deixado o Hospital Queen Elizabeth, em Birmingham, onde estava internada desde o ataque dos taliban.

Por motivos de segurança, nem o local nem o nome do projecto foram revelados. Mas Malala adiantou outros pormenores: aquelas meninas terão um local seguro para assistirem às aulas e parte do dinheiro destina-se a apoiar as famílias, um incentivo aos pais para as manterem na escola.

Angelina Jolie, que fez a introdução à mensagem de Malala, elogiou a sua coragem e prometeu doar 200 mil dólares (155 mil euros) para o fundo. “Numa tentativa brutal de silenciarem a sua voz, ela ficou mais alta e ela mais decidida”, disse a actriz. 

Activista pelos direitos das mulheres à educação desde muito nova, Malala foi nomeada para o Nobel da Paz deste ano. Começou a ser conhecida aos 11 anos, com um blogue para a BBC Urdu sobre como era viver sob o regime dos taliban e a tentativa de assassínio de que foi vítima no final do ano passado transformou-a num símbolo da luta contra os taliban.

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