Director do Bolshoi diz não ter medo de voltar a trabalhar depois de ter sofrido ataque com ácido

Sergei Filin deu uma conferência de imprensa na Alemanha depois de ter sido sujeito a várias operações aos olhos e ao rosto.

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Sergei Filin apareceu de óculos escuros, gorro e cachecol Wolfgang Rattay/Reuters
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O director artístico do Bolshoi mostra que já recuperou parcialmente a visão Wolfgang Rattay/Reuters
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Filin cumprimenta uma jornalista russa durante a conferência de imprensa Rolf Vennenbernd/AFP
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Director do Bolshoi deixa a conferência de imprensa no hospital alemão onde se encontra Wolfgang Rattay/Reuters

O director artístico do Ballet Bolshoi, Sergei Filin apareceu em público na sexta-feira para uma conferência de imprensa no hospital universitário de Aachen, na Alemanha, onde está a ser tratado depois de ter sido vítima de um ataque com ácido que lhe provocou queimaduras nos olhos e no rosto.

Filin declarou-se “cheio de força e fé” e a caminho da “recuperação total”.

De óculos escuros e com a cabeça e pescoço tapados por um gorro e cachecol, Filin desdramatizou as muitas especulações que correm sobre o clima de intrigas, rivalidades e ódios que se vive no Bolshoi, e disse que quando estiver em condições voltará para ocupar o seu cargo.

Referiu-se ao bailarino Pavel Dmitrichenko, preso por suspeita de ser o autor do ataque com ácido sulfúrico, dizendo que aquele faz parte do “estreito círculo de pessoas” que poderão estar por detrás do ataque de 17 de Janeiro. Por seu lado, Dmitrichenko admitiu já perante um tribunal de Moscovo que deu luz verde ao ataque, mas nunca esperou que o executante usasse ácido e provocasse as queimaduras.

Na conferência de imprensa de sexta-feira, Filin não quis comentar a carta assinada por 300 membros do Bolshoi e enviada ao Presidente russo, Vladimir Putin, em defesa de Dmitrichenko. O director artístico preferiu falar das “centenas de cartas” que diz receber diariamente dos seus colegas do teatro, desejando-lhe rápidas melhoras. “Consequentemente, espero que quando estiver bem de novo, possa regressar ao teatro e trabalhar com essas pessoas que são profissionais”.

Disse ainda que tem estado sempre em contacto telefónico com o vice-director do Bolshoi, e que não tem qualquer receio de voltar ao trabalho. “Assim que consiga ver… vou regressar e continuar a fazer o mesmo trabalho. Não tenho medo”. Ao seu lado estava Martin Hermel, o oftalmologista que o tem tratado, e que explicou que Filin sofreu danos em ambos os olhos e que foi já submetido a várias operações, relata o The Guardian. O especialista alertou para o facto de o tratamento ser ainda “longo e complexo”, podendo prolongar-se por meses. Para já, o olho esquerdo está a reagir bem, mas o direito sofreu danos mais profundos e o médico não quis avançar com um prognóstico da recuperação da visão nesse olho.

O The New York Times cita também o cirurgião plástico Norbert Pallua, que explicou que o ácido destrui a pele do rosto de Filin e que teve que ser feito um transplante de pele da parte de cima do braço para a cara. 
 

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