Movimento de utentes do Metro de Lisboa contesta greve dos trabalhadores

Trabalhadores do Metro marcaram uma greve para 20 de Março. Utentes dizem que são os únicos prejudicados.

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Trabalhadores marcaram greve para 20 de Março Rui Gaudêncio/Arquivo

O Movimento de Utentes do Metropolitano de Lisboa vai pedir uma audiência ao Presidente da República, aos sindicatos e à comissão de trabalhadores para alertar que os “únicos prejudicados” com a greve de 20 de Março são os passageiros.

Em declarações à Lusa, Aristides Teixeira, da direcção do movimento, referiu que a questão essencial é que “as pessoas estão a ser prejudicadas no seu dia-a-dia” e que as paralisações do metro estão a fazer “mossa” apenas a quem precisa deste meio de transporte e não aos administradores da empresa.

A directora do movimento reconhece que o exercício da greve é “indiscutível” e diz estar solidária com os trabalhadores, mas apela a que estes funcionários arranjem formas de protesto que não prejudiquem apenas quem necessita diariamente de se deslocar de metro na cidade de Lisboa.

Aristides Teixeira admite que esta greve se tornou “impopular” e que devia ser a administração do Metro e não os seus utentes a serem prejudicados sistematicamente com a falta de alternativas para se deslocarem.

“Estamos solidários com os trabalhadores do Metro, mas também temos razão em querermos ser transportados por um serviço que pagamos atempadamente”, frisou.

O movimento vai solicitar audiências ao Presidente da República, Cavaco Silva, ao ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, à Junta Metropolitana de Lisboa, aos sindicatos e à comissão de trabalhadores do Metro para que resolvam esta situação por forma a não prejudicarem ainda mais os utentes deste meio de transporte.

Em comunicado, o movimento refere ainda que o metro é um “transporte cada vez mais deficitário, com menos carruagens, mais tempo de espera e menos velocidade e aumento brutal do tarifário”, com este “mau serviço” a agravar-se com “sistemáticas paralisações por greve dos trabalhadores”.

“Se o objectivo é pressionar a Administração a aceitar as reivindicações dos trabalhadores, na prática não os afecta”, diz o movimento, que apela a “um protesto ruidoso dos utentes nas estações” por estarem há longos meses a serem penalizados enquanto “se eterniza o braço de ferro entre a administração e os trabalhadores”.

O movimento diz que a “tolerância acabou” e que é urgente os utentes manifestarem a sua “indignação por estarem a ser roubados no bolso e nos direitos por quem presta mau serviço e pelos que se recusam a fazer acções de protesto que não prejudiquem os concidadãos que lhes pagam os ordenados”.

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