Berardo diz que dislexia o faz trocar o nome à mulher quando a apresenta a terceiros

Falha de memória no caso BCP. Joe Berardo diz que nunca mais fará denúncias na vida.

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Berardo foi ouvido em tribunal no caso BCP Rui Gaudêncio

“Não me lembro”, repetiu esta manhã Joe Berardo, até à exaustão, a propósito das denúncias que fez em 2007 sobre práticas fraudulentas no Banco Comercial Português, de que é accionista.

O investidor foi ouvido como testemunha da acusação no julgamento em que dois antigos presidentes do BCP, Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal, e dois ex-administradores do banco, Christopher de Beck e António Rodrigues, eram acusados dos crimes de manipulação de mercado e falsificação de documentos.

O processo foi desencadeado depois de Berardo ter entregado na Procuradoria-Geral da República, em 2007, documentação comprometedora que alegadamente lhe terá sido feita chegar por um anónimo. Mas, depois de ter na altura dado várias entrevistas sobre o assunto, o empresário vem agora alegar falta de memória para esclarecer os juízes encarregados do caso sobre o que se passou. “Se me tivessem dado as perguntas antecipadamente, tinha consultado os meus papéis”, observou, acrescentando que "a dislexia" de que sofre chega a fazê-lo trocar o nome à mulher quando a apresenta a terceiros.

Hoje, diz-se arrependido das denúncias que fez em 2007, por ter chegado a ser confundido com “um ladrão como eles”, os dirigentes do banco. “Nunca mais vou fazer denúncias a ninguém”, declarou na sala de audiências. O advogado de Berardo na altura, que o ajudou nas denúncias, tornou-se entretanto administrador desta instituição bancária.

“Pus o dinheiro no BCP, mas se tivesse sido no BPN teria sido bem pior”, ironizou o empresário, frisando que precisa do apoio dos seus advogados para se orientar no mundo financeiro e judicial, uma vez que nunca estudou para além da quarta classe.
 
 

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