O Fundo Monetário Internacional (FMI) desconhece qualquer intenção do Governo de cortar a taxa do IRC para 10% para novos investimentos, disse esta segunda-feira o chefe de missão para Portugal.

“Não li a notícia. Não discutimos isso com o Governo”, disse Abebe Aemro Selassie numa conferência de imprensa por telefone.

O Jornal de Negócios noticiou hoje que o Ministério da Economia está a preparar uma proposta para apresentar à troika de redução do IRC (o imposto pago sobre os lucros pelas empresas) para 10% no caso de novos investimentos acima de um montante a definir. Seria a taxa mais baixa de toda a União Europeia.

Abebe Selassie afirmou que a ideia não foi abordada com o FMI. “Houve alguma discussão sobre... O Governo está à procura de maneiras de atrair investimentos, o ministro da Economia tem alguns pacotes de incentivos, falámos em revê-los, mas nunca falámos num corte para 10%”, disse o funcionário etíope do FMI.

Segundo o Jornal de Negócios, esta seria uma das medidas “bandeira” que o ministro Álvaro Santos Pereira quer integrar na agenda “de reindustrialização”.

Na quarta-feira, o comité executivo do FMI aprovou o pagamento de uma nova tranche de 1500 milhões de euros da sua parte do empréstimo de 78 mil milhões de euros a Portugal.