Arménio Carlos acusa primeiro-ministro de ser “mais mentiroso que o Pinóquio”

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, acusou nesta segunda-feira à noite o primeiro-ministro de ser “mais mentiroso que o Pinóquio”, por estar constantemente a anunciar novas medidas de austeridade e a pedir sacrifícios aos portugueses.

O líder da Intersindical lembrou declarações do primeiro-ministro quando este tomou posse, dizendo que Pedro Passos Coelho pediu aos portugueses para terem “paciência”, porque o Governo tinha recebido “o país num estado calamitoso” e que “com este pacote [de medidas] a coisa ia resultar”.

“Passados três meses estavam a sair mais medidas de austeridade, passados seis meses mais sacrifícios e passado um ano estamos confrontados com um indivíduo que é mais mentiroso que o Pinóquio, mas, mesmo assim, não está satisfeito e quer ir mais longe”, afirmou.

Arménio Carlos falava em Évora numa acção de protesto na cidade alentejana, integrada na Marcha Contra o Desemprego “Por um Portugal com Futuro!”, organizada pela CGTP e que está a percorrer o país até ao próximo sábado, quando termina em Lisboa.

No desfile, que começou numa das principais artérias da cidade, passou pela Rua da República e terminou na Praça do Giraldo, os manifestantes, empunhando cartazes e tochas, gritaram palavras de ordem como “A luta continua, ‘troikas’ para a rua” e “mais um empurrão e o Governo vai ao chão”.

Num discurso de mais de meia hora, Arménio Carlos enumerou quatro propostas apresentadas na concertação social, nomeadamente taxar em 0,25 por cento todas as transacções, acrescentar 10 por cento às taxas sobre as mais valias e os dividendos, elevar o IRC para 33 por cento para as grandes empresas e combater a fraude e evasão fiscal.

O dirigente sindical realçou que a CGTP vai apresentar brevemente mais medidas alternativas às do Governo para “resolver os problemas do país”, envolvendo as Parceria Público Privadas (PPP), os benefícios fiscais e a banca.

Segundo Arménio Carlos, “o que os bancos pagam, em termos médios de IRC, não ultrapassa os 12 ou 13 por cento”, enquanto que “os micro e pequenos empresários pagam 25 por cento”.

Nesse sentido, pediu para que “apliquem a estes o mesmo que aplicam a todos os outros, porque estes, os banqueiros, não são diferentes dos outros, com uma agravante, foram eles que durante estes anos todos andaram a encher os bolsos à conta da exploração de quem trabalha”.

“Só há uma coisa que Passos Coelho e Paulo Portas podem fazer, que é, se porventura, ainda têm, nem que seja um pouco, de vergonha na cara, então assumam que o que prometeram e não cumpriram e ponham-se a andar daqui para fora porque já estamos fartos deles e desta política de direita”, concluiu.

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