Irão acusa comunidade internacional de guerra psicológica contra economia

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O Governo iraniano afirma que a inflação no país está nos 25% Dmitry Kostyukov / AFP

O Presidente do Irão afirmou, esta terça-feira, que o banco central colocou à disposição o capital necessário para pagar as importações do país, escreve a Reuters. Mahmoud Ahmadinejad tenta descreditar desta forma a especulação sobre a perda de valor do rial iraniano.

Na segunda-feira, o rial perdeu cerca de 15% do seu valor, atingindo mínimos históricos. A enorme perda da moeda coloca agora uma forte pressão inflacionista sobre o país. Desde o final de 2011, perdeu 75% do seu valor face ao dólar norte-americano.

A desvalorização da moeda e a redução nas exportações petrolíferas estão a levar o país a perder poder de compra. Como resultado, o mercado interno tem sofrido uma forte inflação, que, diz o próprio Governo, se situa nos 25% por ano. Os principais produtos afectados são os bens de primeira necessidade.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a pressão levou já muitos cidadãos iranianos a trocarem a sua moeda nacional por ouro ou a convertê-la em moeda estrangeira. Esta fuga ao rial agrava ainda mais a instabilidade no mercado nacional.

O comércio petrolífero representa 80% do valor das exportações do país. As restrições internacionais impostas ao sector estão não só a retirar receitas, como a esgotar as divisas estrangeiras nos cofres iranianos.

A escassez é rejeitada pelo Governo. O porta-voz do Parlamento iraniano afirmou, também hoje, que o banco central dispõe de divisas suficientes para estabilizar a desvalorização da moeda.

Mahmoud Ahmadinejad acusou ainda a comunidade internacional de estar a levar uma “guerra psicológica” a solo iraniano

Contudo, os parceiros comerciais não partilham o optimismo do Governo. O executivo iraniano lançou na passada semana um centro de “conversão”, de forma a pagar as suas importações em dólares norte-americanos e contornar, assim, a forte perda de compra do rial. Mas, diz a Reuters, já vários parceiros comerciais do Irão afirmaram que o centro não dispõe de capital suficiente.

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