“Sacrifícios” servem apenas para “assegurar lucros do sector financeiro”, diz o PCP

O PCP defendeu hoje que os números da execução orçamental “confirmam uma quebra significativa das receitas fiscais” e são “inseparáveis” da recessão económica, sendo os “sacrifícios” da população apenas para “continuar a assegurar os lucros do sector financeiro”.

Para Vasco Cardoso, da comissão política do comité central do PCP, trata-se de “números que confirmam uma quebra significativa das receitas fiscais, no IVA, no IRC, e que, na prática, são inseparáveis do processo de recessão económica em que Portugal está mergulhado e porventura do seu prolongamento no futuro”.

“Simultaneamente, no plano da despesa do Estado, o que verificamos é um aumento significativo dos valores pagos em juros à banca”, apontou.

Vasco Cardoso argumentou que “os sacrifícios que estão a ser hoje impostos aos trabalhadores e ao povo português, o roubo no subsídios de ferias e de Natal, aumento das taxas moderadoras, das portagens, dos preços dos bens e serviços essenciais, os cortes nos serviços públicos, estão a ser feitos não para resolver o problema da dívida e do défice – como, aliás, estes dados confirmam – mas para continuar a assegurar os lucros do sector financeiro, seja ele nacional seja ele estrangeiro”.

“Esta política está não apenas a empobrecer os trabalhadores e o povo como a arrasar com a economia portuguesa e a atrasar o país e por isso precisa de ser urgentemente interrompida”, concluiu.

A receita do IVA e de outros impostos sobre o consumo no primeiro semestre do ano foi 5,2% inferior à do mesmo período de 2011, segundo dados hoje divulgados pela Direcção Geral do Orçamento (DGO).

Por outro lado, as contribuições para a Segurança Social reduziram-se 3,7% nos primeiros seis meses deste ano.

Esta redução significa menos 244 milhões de euros em receitas para a Segurança Social, por comparação com o primeiro semestre do ano passado.

Já o défice orçamental das Administrações Públicas no primeiro semestre do ano, do modo como é calculado pela troika, foi de 4.137,8 milhões de euros em contabilidade pública, cumprindo assim o objectivo do memorando.

Sugerir correcção
Comentar