Novo chefe do FMI para Portugal admite contracção maior que o previsto

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Foto: Tim Sloan/ AFP Photo

O FMI tem esperança em que no próximo ano a economia portuguesa regresse ao crescimento, mas não descarta o risco de o ajustamento orçamental conduzir a uma contracção muito maior, ou de as condições externas piorarem mais do que o previsto.

“Esperamos que o crescimento regresse no próximo ano”, disse o novo chefe da missão do FMI para Portugal, Abebe Selassie, numa entrevista publicada no Jornal de Negócios de hoje, salientado que “o ajustamento está a acontecer mais ou menos como previsto”.

Mas “se a solução for só cortes e mais cortes, então na vai funcionar”, disse o novo responsável de um dos membros da troika que presta assistência financeira a Portugal, a propósito de os custos unitários do trabalho serem “15% mais elevados do que deveriam ser”, ressalvando que não é esse ajustamento que se pretende nos salários.

“Infelizmente, o desemprego está mais elevado do que tínhamos previsto, e temos de perceber porque é que isto está a acontecer”, disse também Selassie, que defende que o Governo veja “o que pode ser feito” através de políticas activas de emprego, dirigidas sobretudo aos jovens.

Assim, não exclui “a possibilidade de que as condições externas sejam piores do que o previsto, afectando a dinâmica em Portugal. Há também o risco de o ajustamento orçamental conduzir a uma contracção muito maior”.

Diz tamb+em que “as metas, nomeadamente os 4,5% do PIB para o défice, continuam válidas e atingíveis sem medidas adicionais”, mas se as perspectivas de crescimento mudarem haverá espaço para avaliar se os principais “objectivos se mantêm”.

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