Saleh deixou o Iémen a caminho dos Estados Unidos

Foto
Protesto hoje em Sanaa Khaled Abdullah/Reuters

O ainda Presidente do Iémen, Ali Abdullah Saleh, deixou este domingo o país a caminho de Omã, onde ficará por uns dias antes de voar para os Estados Unidos para tratamento médico.

A partida de Saleh acontece um dia depois da aprovação pelo Parlamento iemenita de uma lei que lhe concede imunidade de quaisquer acusações relacionadas com a repressão aos protestos pró-democráticos que fez centenas de mortos.

Enquanto Saleh se preparava para deixar o país, milhares de iemenitas manifestavam-se na capital, Sanaa, num protesto maciço contra a imunidade total aprovada no Parlamento.

Empunhando cartazes exigindo aos deputados que anulem a decisão de dar imunidade a Saleh, os manifestantes exigem na Praça da Mudança – epicentro do movimento de contestação que abalou o Iémen no ano passado, na esteira da Primavera Árabe – a “execução do carniceiro”.

Segundo o acordo de paz firmado para apaziguar a revolta, e mediado pelos países do Golfo, Saleh deverá deixar a chefia de Estado no próximo mês e abandonar o país ao fim de 34 anos no poder, entregando-o nas mãos do vice-presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, escolhido pelo Parlamento como “candidato de todos os partidos” nas eleições presidenciais de Fevereiro próximo.

Em contrapartida, Saleh exigiu imunidade total de ser julgado por qualquer crime relacionado com a vaga violência que se arrastou desde Janeiro de 2011 ou qualquer outro cometido durante o seu longo regime.

Horas antes de ter voado para Omã, Saleh anunciara numa reunião com responsáveis do seu partido que sairia do país para receber tratamento médico nos Estados Unidos, de acordo com a agência noticiosa estatal Saba. Não indicou nenhuma data, mas avançou que regressará para continuar a liderar o Congresso Geral do Povo.

O Presidente já há algum tempo indicara que os Estados Unidos seriam o seu destino escolhido quando abandonasse o Iémen, não tendo recebido para já qualquer sinal, nem positivo nem negativo, de Washington sobre esse eventual asilo.

Notícia actualizada às 17h35
Sugerir correcção
Comentar