Irlanda prevê cortes de 2,2 mil milhões no orçamento
O governo irlandês vai hoje detalhar cortes no valor de 2,2 mil milhões de euros que fazem parte do orçamento de 2012, cuja apresentação global será feita na terça-feira pelo ministro das Finanças.
As medidas, enquadradas no Programa de Estabilidade do país para reduzir o défice e equilibrar as contas públicas, recairão sobretudo nos sectores da Saúde, Segurança Social e Educação, adianta hoje a imprensa local.
A redução dos subsídios de família a partir do terceiro filho e dos apoios para o aquecimento dos mais desfavorecidos são algumas das propostas esperadas do ministro para a Despesa Pública e Reforma, Brendan Howlin.
Na terça-feira, o ministro das Finanças, Michael Noonan, irá revelar os planos do governo em termos de política fiscal para obter receitas de 1,6 mil milhões de euros.
Estão previstos o aumento do IVA em 2%, para 23%, e o agravamento do imposto automóvel e das taxas sobre os juros das poupanças.
Ao todo, o governo irlandês pretende avançar com um ajustamento orçamental de 3,8 mil milhões de euros, ligeiramente superior ao previsto no programa de estabilidade.
A decisão foi tomada após uma revisão em baixa da estimativa de crescimento para 2012, de 2,5% para 1,6%, devido à crise global, que deverá ter impacto negativo no volume de exportações, o motor da economia irlandesa.
O objectivo do governo irlandês é fazer descer o défice de 10,3% este ano para 8,6% em 2012.
Numa comunicação televisiva no domingo à noite, o primeiro-ministro, Enda Kenny, dirigiu-se aos irlandeses, afirmando que “não são responsáveis pela crise”.
Porém, explicou que o Estado actualmente gasta mais 16 mil milhões de euros por ano do que recebe e por isso avisou que “este orçamento será duro”, enfatizando que “tem de ser”.
Mas Kenny garantiu que será também um orçamento que dará “os primeiros passos na direcção da recuperação”.