Silva Lopes: “Receio que taxa a Tobin ainda não seja aprovada desta vez”

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Silva Lopes defende que as receitas revertam para um fundo comunitário Nuno Ferreira Santos/arquivo

O antigo ministro das Finanças aplaude a iniciativa da Comissão Europeia e defende a criação de um fundo comunitário para gerir as receitas.

À margem da apresentação de um estudo sobre as contas do Sector Empresarial do Estado, Silva Lopes afirmou que a taxa Tobin, um imposto sobre as transacções financeiras anunciado hoje por Durão Barroso, “é uma iniciativa necessária”.

“O objectivo é desencorajar o capital a curto prazo e as movimentações especulativas”, disse, acrescentando que é uma alternativa “mais adequada” do que um agravamento dos impostos ou cortes em despesas essenciais.

Se a proposta passar no Parlamento, Silva Lopes defende que as receitas a arrecadar com o imposto (estimadas em 55 mil milhões de euros por ano) não deverão reverter a favor dos orçamentos nacionais dos Estados-membros, mas sim para um fundo comunitário. Um mecanismo “que tem de ser bem administrado”, frisou.

No entanto, o ex-governante não acredita que este imposto avance. “Tenho receito que a taxa Tobin ainda não seja aprovada desta vez porque os lobbies são muito poderosos”, afirmou.

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