Verdadeiros Finlandeses querem os “países que fizeram batota” fora do euro
O líder do partido Verdadeiros Finlandeses, Timo Soini, considera injusto que os países da zona euro paguem os erros da Grécia, Irlanda e Portugal. Para o líder dos conservadores, só há duas opções: ou saem os infractores ou os países ricos.
“Os países que não cumprem as regras devem abandonar” o euro, defendeu Soini, em entrevista à agência Reuters, acrescentando que os resgates a Grécia, Irlanda e Portugal criaram um “inaceitável risco moral” para os credores.
“Somos [Finlândia] um país triplo-A [rating máximo do risco de crédito] e é completamente errado que os contribuintes finlandeses tenham de suportar o fardo dos países que fizeram batota”, criticou o líder do partido eurocéptico finlandês, que, no passado, também se mostrou contra a intervenção externa em Portugal.
No entanto, neste lote, Timo Soini não incluiu directamente Portugal, preferindo apontar o dedo à Grécia. “É óbvio que alguns políticos gregos fizeram batota”, disse.
Perante a falência do actual modelo da união monetária, em que “os lucros são privados, mas as perdas são comuns”, Soini diz que, caso os países endividados não abandonem o euro, só resta uma alternativa: a saída de “países como a Finlândia, a Holanda ou talvez a Alemanha”, porque “já não podem pagar mais” a crise dos primeiros.
Lamentando a entrada da Finlândia na zona euro, que considera uma “má decisão”, Soini disse ainda que propostas como a emissão de obrigações conjuntas de dívida europeia (eurobonds) não podem ser a solução para a crise. “Não queremos nenhum mecanismo provisório, porque isso só prolonga as más estruturas”, afirmou.
Timo Soini apoiou a posição da Governo finlandês em exigir garantias como contrapartida ao segundo pacote de ajuda financeira à Grécia, ressalvando, porém, que “a maioria do povo finlandês está contra o resgate” a Atenas.