Maiores economias globais seguirão estratégias independentes para conter inflação

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Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, hoje em Basileia Christian Hartman/Reuters

Os bancos centrais das dez maiores economias do mundo demarcam-se da posição assumida na semana passada pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, que admitiu uma subida das taxas de juro em Abril.

Reunidos em Basileia, na Suíça, onde participaram também representantes das economias emergentes, os bancos centrais do chamado G10 (que reúne os Estados Unidos, o Canadá, a Alemanha, a França, o Reino Unidos, a Bélgica, a Itália, a Holanda, a Suécia, o Japão e ainda um 11.º país, a Suíça) dizem que seguirão estratégias independentes para combater a inflação, garantiu um segundo um porta-voz da autoridade monetária europeia, citado pela agência Efe.

Trichet voltou a identificar sinais “de risco de inflação” que diz ser preciso combater, em particular nas economias emergentes. Mas, apesar disso, os bancos centrais vão continuar a ancorar “de forma sólida as expectativas da inflação”. E isso, diz, “não significa que todos tomemos as mesmas decisões, embora tenhamos o mesmo objectivo”: controlar a subida dos preços.

Por exemplo, no caso da produção de matérias-alimentares no continente africano, o combate à inflação terá de passar pelo aumento significativo dos níveis de produção, já que o aumento do nível de vida a longo prazo vai implicar uma necessidade de resposta ao aumento da procura “a um nível muito, muito importante”, frisou Trichet, citado pela AFP.

As taxas de referência dos juros mantêm-se inalteradas no mínimo histórico de um por cento desde Maio de 2009, mas poderão vir a aumentar na próxima reunião, a 7 de Abril. “Isto não é [um] compromisso, não é certo, mas é possível”, admitiu Jean-Claude Trichet, depois da reunião do conselho de governadores, na passada quinta-feira.

Notícia actualizada às 18h49
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