As acções do grupo petrolífero britânico BP perderam hoje mais de dez por cento na bolsa de Londres, com o mercado a mostrar-se receoso das sanções que os EUA poderão vir a aplicar devido aos efeitos da maré negra no Golfo do México.

À hora de fecho da bolsa, os títulos da BP estavam a perder 8,68 por cento, mas durante a sessão chegaram a resvalar para descidas acima dos dez por cento.

Vários analistas do sector disseram à agência económica Bloomberg que a BP poderá vir a perder o controlo das suas plataformas de crude e gás em território norte-americano, bem como ficar impedida de fazer negócios com o Governo dos Estados Unidos, como forma de punição ao derrame de petróleo.

O presidente norte-americano Barack Obama e os seus advogados estão neste momento a estudar que sanções aplicar à empresa petrolífera. Uma das possibilidades em cima da mesa é retirar à BP o estatuto de operador das plataformas do Golfo México. A administração de Obama tem ainda o poder de forçar a petrolífera a resignar dos contratos existentes com o Governo.

Desde a explosão que provocou o derrame gigante de petróleo no Golfo do México, a BP já perdeu 49 por cento do seu valor em bolsa, ou seja, cerca de 92 mil milhões de dólares (75 mil milhões de euros).

Um responsável da administração norte-americana disse hoje que a petrolífera prevê aumentar a quantidade de crude recuperado no Golfo do México para 50 mil barris diários (oito milhões de litros) até ao final deste mês, duas semanas mais cedo do que o que foi proposto inicialmente, tentando assim responder a um pedido directo da Casa Branca e do presidente Obama.

Na passada sexta-feira, a guarda costeira norte-americana deu 48 horas para a empresa britânica organizar melhor as operações de limpeza, alegando que a BP não estava a fazer o suficiente para travar o derrame de crude.