Sindicatos admitem cancelar greve se os patrões da distribuição recuarem

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As duas partes vão reunir-se na segunda-feira Miguel Silva/Contraluz (arquivo)

Numa carta a que o PÚBLICO teve acesso, e que terá sido enviada ontem para a associação, os sindicatos da CGTP formalizam a "rejeição" da proposta para o horário de trabalho e prometem desconvocar a paralisação. Cessa "a agitação no sector" e prossegue "normalmente o processo negocial", dizem.

Em resposta, António Rosseau, director-geral da APED, lembra que já estava marcada uma reunião para a próxima segunda-feira para discutir a revisão do contrato colectivo de trabalho. E será aí, nesse contexto, que a proposta é discutida. "Os sindicatos não são obrigados a aceitar", disse, acrescentando que a APED vai "apreciar" os argumentos dos trabalhadores.

A negociação entre sindicatos e patrões está em curso há um mês e espera-se que termine em Fevereiro. Para além da questão dos horários, em cima da mesa estão também os aumentos salariais de 2009 e 2010, fixados em um por cento (acumulado). A APED já admitiu que está "tudo em aberto".

Entretanto, o Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços (Sitese), afecto à UGT, já disse que não vai participar na reunião de 21 de Dezembro por questões de agenda.

Amadeu Pinto, dirigente do Sitese, demarca-se da paralisação convocada pela FEPCES para a véspera de Natal. E esclarece que só ontem a estrutura sindical enviou uma proposta à APED no âmbito da negociação do contrato colectivo de trabalho.

"Ainda estamos em negociações concretas e é um pouco descabido entrar por esse caminho", disse. Sobre o aumento de horas de trabalho flexível, de 50 para 60 semanais, Amadeu Pinto diz que "em princípio" não será aceite [pela UGT], mas lembra que o Sitese - com cerca de três mil sócios - "não se escusa a ouvir a outra parte". "Se não aceitarmos, só será depois de estar esgotado o processo negocial directo".

A greve convocada para a véspera de Natal poderá afectar os super e hipermercados, e também todo o chamado comércio moderno, que inclui lojas como a IKEA, a Massimo Dutti ou a FNAC. A APED tem mais de cem associados, que empregam 81.267 trabalhadores e criaram, em 2008, mais de cinco mil novos postos de trabalho.

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