Critical Software quer entrar nas bolsas de Lisboa, Londres e Nova Iorque

“Existe no horizonte a intenção de fazer a Oferta Pública Inicial (IPO) e sermos cotados em bolsa. Faz sentido entrar em mais do que um mercado, devido aos clientes que temos e às geografias em que estamos”, disse em entrevista à agência Lusa o administrador financeiro da Critical Software, Gonçalo Fernandes.

O responsável lembrou que “interessados na Critical Software sempre houve, há e muito provavelmente haverá sempre. É uma empresa atractiva quer para investidores privados, quer para capitais de risco”, daí a confiança no sucesso da IPO.

“A dispersão de capital em bolsa é um processo extraordinariamente complexo. Está avançado, mas ainda não está definido se vamos cotar na Euronext ou na Alternext [segmento do mercado dedicado às PME], sendo que um IPO na Euronext dá maior visibilidade”, realçou.

Lá fora, a entrada em bolsa “pode ser em Londres e nos Estados Unidos da América (EUA)”, avançou Gonçalo Fernandes, que recordou que a tecnológica é, hoje, uma multinacional que está presente em diferentes geografias, com subsidiárias a operar nos EUA, no Reino Unido, na Roménia e no Brasil, e que vai lançar em breve operações em Angola e Moçambique, para além de ter acordos comerciais estabelecidos em diversos outros países.

“Ambições muito grandes”

“Podemos vir a estar cotados no Nasdaq. Tudo é possível e temos ambições muito grandes”, reforçou o administrador financeiro, que garantiu que “a Critical Software vê-se como uma empresa internacional, com 70 por cento do volume de negócios originado no estrangeiro”.

O objectivo de ir para o mercado de capitais já tinha sido avançado há algum tempo pela Critical Software, que entretanto viu a grave crise económica e o mau momento dos mercados adiarem a decisão. Questionado sobre os prazos para a IPO, Gonçalo Fernandes não avançou com uma data exacta.

“O nosso caminho não passa pelo que o mercado está a passar, até porque o objectivo não são as mais-valias de curto prazo. Mas é lógico que tentaremos fazer a abertura do capital no momento mais favorável, apresentando aos investidores uma boa empresa, com valor e capaz de atrair investimento”, disse.

Com a entrada em bolsa, a Critical Software quer alargar as opções de financiamento, mas o administrador financeiro assegurou que a empresa não tem problemas nem de dívida, nem de liquidez, pelo que o principal objectivo é aumentar a notoriedade no mercado global.

Questionado sobre o real valor da tecnológica nascida há 11 anos em Coimbra, Gonçalo Fernandes afirmou que “a Critical Software vale muito mais pelo potencial e pelo futuro que tem. A realidade contabilística espelha apenas cinco por cento do valor da empresa”.

O Grupo Critical fechou 2008 com um volume de negócios na ordem dos 19 milhões de euros e um total de 400 colaboradores.