A Apple poderá ter que pagar à Nokia até mil milhões de dólares em patentes pelos 34 milhões de aparelhos iPhone vendidos até à data. A empresa finlandesa - número um mundial na venda de telemóveis - apresentou queixa formal junto da Justiça norte-americana.

A Nokia acusa a Apple de ter infringido dezenas de patentes e de se ter aproveitado de forma gratuita dos esforços da sua companhia.

A empresa de Steve Jobs - recém-chegada à indústria dos telemóveis mas com um produto que se tornou popular quase instantaneamente, o iPhone - acabou por arrecadar uma boa fatia do mercado de “gama alta”.

A cifra indemnizatória - que poderá oscilar entre os 200 e os 1000 milhões de dólares - é um cálculo feito por analistas do sector, incluindo Neil Mawston, da Strategy Analytics.

Os especialistas consideram que a Nokia poderá ter possibilidade de reclamar essas quantidades, uma vez que é uma das empresas que detém mais patentes em tecnologias móveis, a par com a Qualcomm e a Ericsson.

“É quase inconcebível que alguém possa produzir um telefone móvel sem necessidade de utilizar algumas das tecnologias patenteadas pela Nokia”, indicou Ben Wood, chefe de investigações da empresa CCS Insight.

A Nokia assegura que tentou negociar com a Apple o preço das licenças, mas que a empresa recusou todas as ofertas.

Ainda de acordo com os analistas, as empresas que já estão há algum tempo no mercado pagam uma pequena percentagem dos seus lucros aos titulares das patentes, mas os novos fabricantes (como é o caso da Apple) pagam mais (cerca de dez por cento).

“Os custos das licenças de propriedade industrial criam barreiras importantes para os novos ‘actores’ no mercado da telefonia móvel. Por conseguinte, eles converteram-se em pagadores das grandes empresas já estabelecidas, como a Ericsson, Motorola, Nokia e Qualcomm”, indicou Woods.