Estudo sobre a ovulação e as gorjetas das dançarinas de bar vence IgNobel da Economia

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Esta foi a 18ª edição dos prémios da revista humorística “Annals of Improbable Research" Sukree Sukplang/Reuters

Um estudo sobre os efeitos do ciclo ovulatório nas gorjetas das dançarinas de bar recebeu ontem à noite o Prémio IgNobel da Economia de 2008, numa cerimónia realizada no Sanders Theatre da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, perante 1200 pessoas.

Segundo os investigadores, que analisaram os ciclos menstruais de 18 dançarinas durante 60 dias, à fase de ovulação corresponde uma maior quantidade de gorjetas. As dançarinas que usaram pílula contraceptiva durante o estudo não tiveram qualquer oscilação nas gorjetas durante o ciclo menstrual.

Atribuídos anualmente pela revista humorística “Annals of Improbable Research”, os IgNobel “honram façanhas que primeiro nos fazem rir e depois pensar” e vão já na sua 18ª edição. Normalmente, os galardoados são investigadores, cujos trabalhos foram publicados em revistas de grande prestígio internacional.

O IgNobel da Química deste ano foi para dois artigos contraditórios sobre os efeitos espermicidas da Coca-Cola. O primeiro foi publicado por cientistas americanos no “New England Journal of Medicine”, em 1985, defendendo esses efeitos; e o segundo, publicado por investigadores de Taiwan na “Human Toxicology”, em 1987, dizendo exactamente o contrário.

Três investigadores franceses repartiram entre si o IgNobel da Biologia por descobrirem que as pulgas que vivem nos cães saltam mais alto do que as pulgas que vivem nos gatos. O artigo foi publicado na revista científica “Veterinary Parasitology” em 2000.

No palco do Sanders Theatre estiveram verdadeiros prémios Nobel, a que os organizadores chamam “os outros, os da Academia Sueca”, que entregaram ainda mais sete IgNobel. Todos os vencedores tiveram exactamente 60 segundos para fazer o seu discurso de aceitação, tempo rigorosamente controlado por uma criança de oito anos.

O IgNobel da Nutrição foi para Massimiliano Zampini, da Universidade de Trento, em Itália, e Charles Spence, da Universidade de Oxford, pelo seu estudo para modificar electronicamente o som de uma batata frita de forma a parecer mais estaladiça e fresca do que realmente é. O estudo foi publicado no “Journal of Sensory Studies”, em 2004.

Dois investigadores brasileiros venceram o IgNobel da Arqueologia pelo seu artigo “O papel dos armadillos no movimento dos materiais arqueológicos: uma abordagem experimental”, publicado na “Geoarchaeology”, em Abril de 2003, enquanto o Comité Federal Ético da Biotecnologia Não-Humana da Suíça arrebatou o IgNobel da Paz por adoptar o princípio legal de que as plantas têm dignidade.

Dan Ariely da Duke University (nos EUA) demonstrou que os remédios falsificados mais caros produzem mais efeito do que os remédios falsificados mais baratos e essa façanha valeu-lhe o IgNobel da Medicina. O trabalho foi publicado este ano no “Journal of the American Medical Association”. Dois investigadores japoneses e um húngaro descobriram que os micetozoários, uma espécie de amiba, conseguem resolver puzzles e receberam o IgNobel da Ciência Cognitiva. O artigo foi publicado na prestigiada “Nature” em Setembro de 2000.

O IgNobel da Física 2008 premiou um trabalho de dois investigadores americanos que conseguiram provar matematicamente que fios de cordel ou cabelo acabam inevitavelmente por se embaraçar. O trabalho foi publicado nos “Proceedings of the National Academy of Sciences”, em Novembro de 2007. Finalmente, o IgNobel da Literatura foi para David Sims da Cass Business School, em Londres, pelo seu estudo sobre a experiência da indignação dentro das empresas, publicado na revista “Organization Studies”, em 2005.

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