Conselho de Ministros confirma a construção do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete

Para Nunes Correia, a possibilidade de um chumbo do novo aeroporto em Alcochete é agora "uma hipótese que seria académica ou bizantina"
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Para Nunes Correia, a possibilidade de um chumbo do novo aeroporto em Alcochete é agora "uma hipótese que seria académica ou bizantina" Rui Gaudêncio (arquivo)
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O Conselho de Ministros aprovou hoje uma resolução que confirma "a aprovação da localização do novo aeroporto de Lisboa na zona do Campo de Tiro de Alcochete", seguindo as conclusões do relatório ambiental final, elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

No final da reunião do Governo, o ministro do Ambiente observou que o resultado do relatório ambiental final sobre o novo aeroporto de Lisboa elimina a possibilidade de "chumbo" da localização em Alcochete por razões ambientais.

"A possibilidade de chumbo é uma hipótese que seria académica ou bizantina colocar" , disse Nunes Correia.

Por sua vez, o seu colega das Obras Públicas afirmou que a aprovação da localização do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, "põe fim a três anos de indecisão".

"Com esta decisão, pomos fim a três anos de indecisão [sobre a localização do novo aeroporto]", afirmou Mário Lino, sublinhando que a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete é uma solução que reúne "um largo consenso no plano técnico, tem fundamentação acrescida e também reúne um largo consenso político".

Na ocasião, o ministro rejeitou a ideia de que o actual Governo seja responsável por um atraso no processo de decisão da localização do novo aeroporto, sublinhando que o Executivo liderado por José Sócrates "tem consciência da urgência da construção" desta infra-estrutura.

"Este Governo não pode ser acusado de ter provocado um atraso no processo de decisão do novo aeroporto. Se há alguma coisa de que podemos ser acusados é de termos andado depressa demais", afirmou. "Temos consciência que estamos atrasados [na construção do aeroporto] e não queremos contribuir para que esse atraso se agrave", disse, acrescentando que Portugal "é penalizado por ter uma infra-estrutura aeroportuária [aeroporto da Portela] que está praticamente congestionada".

A localização novo aeroporto, anunciada pelo primeiro-ministro em Janeiro para Alcochete, tornou-se um caso político em 2007, depois de a oposição questionar a localização na Ota e do apelo do Presidente a um "debate aprofundado", que levou ao recuo do Governo.

A escolha da Ota data de 1999 - mantida pelo anterior Governo PSD-CDS e relançada no início de 2007 pelo Governo de José Sócrates -, mas, a partir de Março, os partidos de direita, em especial o PSD, lançaram dúvidas sobre a opção, tanto do ponto de vista técnico, como económico.

Com a polémica instalada e o ministro das Obras Públicas a insistir na opção pela Ota, a discussão subiu de tom quando em Maio, durante um almoço promovido pela Ordem dos Economistas, Mário Lino disse que a margem Sul do Tejo era "um deserto".

Dias depois destas afirmações controversas, o Presidente da República, Cavaco Silva, faz um apelo a um "debate aprofundado" sobre o assunto.

A 11 de Junho, Cavaco Silva recebeu o estudo patrocinado pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) que apontava Alcochete como alternativa à Ota para a construção do novo aeroporto.

O estudo da CIP, aliás, acabou por fornecer a alternativa entre a Ota e uma localização na Margem Sul do Tejo, sugerindo a área do Campo de Tiro de Alcochete.

Com a polémica ao rubro, é no Parlamento que o ministro Mário Lino anuncia o estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para comparar Ota e Alcochete, que aponta a localidade da margem sul como "globalmente mais favorável" do que a Ota do ponto de vista técnico e financeiro.

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