Greenpeace protesta contra Unilever por destruição das florestas do Bornéu

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Os activistas lembram a ameaça para os orangotangos do Bornéu Stephen Hird/Reuters

Dezenas de activistas da organização ecologista Greenpeace protestaram hoje contra a Unilever em Londres, Roma e Roterdão. Citando um estudo recente, a organização diz que existem novas provas de que esta empresa está a contribuir para a destruição da floresta do Bornéu, um dos últimos habitats de orangotangos e outras espécies.

O relatório evidencia “a utilização de óleo de palma fornecido à Unilever por empresas que estão a destruir as florestas tropicais da Indonésia”, segundo um comunicado da Greenpeace.

Na fábrica da Unilever em Port Sunlight, no Norte do Reino Unido, 60 activistas vestidos de orangotangos tentam perturbar as linhas de produção; outros activistas estão à porta da sede da Unilever, em Londres.

Nos escritórios da empresa em Roterdão, seis activistas escalaram o edifício e colocaram uma faixa onde se lê: “Unilever, não destruas as florestas”.

Esta manhã em Roma, dez activistas impediram a entrada dos funcionários no edifício ao colocar uma caixa enorme em frente à porta principal: “Parem a Dove de destruir as florestas tropicais”.

O relatório “Burning up Borneo” acusa a Unilever de nada fazer para evitar a expansão da indústria do óleo de palma para o interior das florestas tropicais.

Segundo a Greenpeace, a Unilever é um dos maiores utilizadores de óleo de palma e a “expansão da indústria ameaça deitar por terra os esforços internacionais para combater as alterações climáticas”.

“A preparação dos solos para novas plantações de óleo de palma liberta grandes quantidades de dióxido de carbono”. Além disso, as empresas fornecedoras da Unilever estão a desflorestar zonas onde vivem os últimos orangotangos.

“A Unilever, a empresa por detrás de grandes marcas como a Dove, está a contribuir para um dos maiores crimes ambientais de sempre”, comentou Tim Birch, responsável pelas Florestas na Greenpeace Internacional.

A organização apela à Unilever para pôr fim à expansão da produção de óleo de palma no interior das florestas e para deixar de receber produtos dos fornecedores que destroem as árvores.

“A Unilever quer ser uma empresa responsável. Mas o que acontece é que é responsável por lucrar com a destruição das florestas. Se investisse na investigação dos seus fornecedores o mesmo que investe no ‘enverdecimento’ da sua marca, podia resolver este problema para sempre”, acrescentou Tim Birch.

Segundo o Centro para a Protecção dos Orangotangos, pelo menos 1500 destes animais morreram em 2006 como resultado de ataques deliberados de trabalhadores nas plantações de óleo de palma. Desde 1900, o número de orangotangos de Sumatra terá caído 91 por cento. Desde 1990, foram destruídos 28 milhões de hectares de florestas indonésias, uma área do tamanho do Equador, segundo a Greenpeace, grande parte para libertar solos para a produção de óleo de palma.

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