Macário Correia defende demolições de casas ilegais na Ria Formosa

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Macário Correia lembrou as construções assentes em sistemas instáveis Rui Gaudêncio

O presidente da Área Metropolitana do Algarve (AMAL), Macário Correia, defendeu hoje a demolição de casas ilegais nas ilhas-barreira da Ria Formosa e disse não fazer sentido um Polis na zona "sem que se aproveite para fazer a requalificação". As associações LPN e Almargem dão o benefício da dúvida ao programa.

Segundo o autarca, “há situações acumuladas ao longo de anos e que são uma escandaleira do que é a falta de autoridade do Estado".

Fazendo questão de salientar que defende esta posição "há 20 anos", o também presidente da Câmara de Tavira considerou que "a Natureza está a encarregar-se" de lhe dar razão, referindo o que tem acontecido na costa portuguesa devido ao mau ordenamento territorial.

"Não faz o mais pequeno sentido que gastemos milhões de euros do dinheiro de todos nós, contribuintes, para defender construções assentes em sistemas instáveis, que as Leis da Natureza se encarregam de mostrar que o são".

A Câmara de Tavira, à semelhança de Olhão e Loulé, já aprovou o programa, que prevê um investimento superior a 80 milhões de euros e deverá ser votado hoje pela Assembleia Municipal de Faro, o último dos quatro municípios envolvidos.

Almargem e LPN dão benefício da dúvida ao Polis

As organizações ambientalistas Almargem e Liga para a Protecção da Natureza (LPN) dão o benefício da dúvida mas não escondem a sua preocupação face ao novo programa Polis XXI para a Ria Formosa.

Gonçalo Gomes, da Direcção da LPN/Algarve, dá o "benefício da dúvida" ao projecto, mas receia que se venha a adoptar uma "política do facto consumado", lembrando que ainda estão por concretizar os planos de pormenor das zonas a requalificar.

O dirigente considera que a devolução da Ria Formosa à população de Faro é uma “antiga dívida da cidade aos farenses" e recordou um projecto nesse sentido dos anos 80, onde “foram gastos dinheiro e recursos materiais e humanos”.

Gonçalo Gomes receou que “não se veja nada de significativo depois das obras”, à semelhança do que disse ocorrer relativamente aos Polis de "primeira geração".

Alfredo Franco, da Associação Almargem, mostrou-se preocupado com a natureza das intervenções "numa área sensível e com um ecossistema delicado".

"Desconheço exactamente o que é que a Parque Expo [entidade gestora do projecto] fará, mas não podemos deixar de ter algumas expectativas, até porque fizemos em tempos propostas à autarquia de Faro para o passeio ribeirinho e o parque do Pontal, que não sabemos se serão contempladas".

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