Sócrates quer seduzir multinacionais indianas a investir em Portugal

O primeiro-ministro, José Sócrates, vai estar presente na Índia entre quinta-feira e sábado, dedicando metade do tempo da visita à Cimeira União Europeia-Índia e a outra metade lidera a comitiva portuguesa presente no país com o objectivo de captar investimento de multinacionais indianas para Portugal.

Na parte inicial da visita, quinta-feira e manhã de sexta-feira, o primeiro-ministro estará em Nova Deli a chefiar a delegação europeia que participará na VIII Cimeira UE/Índia.

A segunda parte da visita de Sócrates, com início na tarde de sexta-feira, terá já apenas lugar ao nível bilateral entre os governos de Lisboa e de Nova Deli e constituirá a primeira visita oficial de um primeiro-ministro português à Índia.

Na comitiva do chefe do Governo português estarão o ministro da Economia, Manuel Pinho, os secretários de Estado João Gomes Cravinho (Negócios Estrangeiros) e Laurentino Dias (Desporto), o presidente da Agência Portuguesa de Investimentos, Basílio Horta, e provavelmente, também, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago.

Além de membros do Governo, a comitiva integrará ainda cerca de três dezenas de empresários, parte dos quais já com contactos no mercado indiano.

Em termos políticos, José Sócrates completa, na visita à Índia, o seu ciclo de deslocações às chamadas potências emergentes da economia mundial - casos do Brasil, Rússia, Índia, China (BRIC) e Angola -, que representam uma das principais apostas da política externa portuguesa.

No caso da aposta na Índia, fonte diplomática de Lisboa disse que o Governo português pretende sobretudo completar os resultados já obtidos em Janeiro último, quando o Presidente da República, Cavaco Silva, fez uma visita de Estado a este país.

Na mira da comitiva de Sócrates estará o objectivo de impulsionar as relações económicas entre os dois países, designadamente ao nível da captação de investimento indiano.

"Portugal tem boas perspectivas de conseguir atrair investimentos significativos indianos, como o da multinacional Tata na área da construção de camiões, ou de empresas do ramo farmacêutico e de novas tecnologias", disse à agência Lusa fonte do executivo.

Por outro lado, aproveitando a presença de empresas nacionais já implantadas na Índia, como a Efacec e a Aerosoles, Portugal pretende também aumentar os seus investimentos e exportações para um mercado com cerca de 1100 milhões de habitantes.

As oportunidades de negócio residem em áreas como a energia, as telecomunicações, a construção de estradas, a engenharia e os equipamentos.

As exportações nacionais para a Índia têm ainda um nível reduzido, mas registaram já um aumento de 15,8 por cento entre 2002 e 2006.

Ao nível institucional, o primeiro-ministro português é recebido na tarde de sexta-feira pela chefe de Estado da Índia, Pratibha Devisingh Patil, tendo depois um encontro com a presidente do Partido do Congresso, Sónia Gandhi, findo o qual participará na inauguração de um exposição de arquitectura sobre Álvaro Siza Vieira.

Sábado, José Sócrates começa a manhã com uma reunião com o seu homólogo indiano, Manmohan Singh, seguindo-se a assinatura de um conjunto de acordos bilaterais entre os dois países.

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