Cientistas constroem modelos para reduzir quantidade de dióxido de carbono

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Cientistas de todo o mundo procuram uma tecnologia capaz de contrariar o sobre-aquecimento global. De acordo com o "The Guardian", já existem mesmo alguns modelos, com um pressuposto simples: a construção de uma máquina capaz de purificar o dióxido de carbono do ar.

O cientista David Keith, da Universidade de Calgary, desenvolveu o protótipo de uma estrutura capaz de absorver ar e expeli-lo com menos 30 por cento de dióxido de carbono (CO2). Segundo o "The Guardian", dentro desta estrutura o ar seria pulverizado com uma solução de hidróxido de sódio e cal, num processo químico que permitiria isolar o CO2.

"Não há nada de mágico. Uma reacção semelhante é utilizada há anos pela indústria do papel para reduzir quimicamente a madeira a pasta", disse ao "The Guardian" David Keith. "Uma das vantagens deste processo através da absorção do ar é que não é preciso estar perto da fonte de emissão. Assim, emissões de CO2 produzidas pelo trânsito em Pequim podem ser absorvidas da atmosfera por estruturas instaladas em Bogotá".

A Global Research Technologies (GRT), no Arizona, está a desenvolver o modelo criado pelo investigador Klaus Lackner, da Universidade de Colombia. Este modelo utiliza um material exclusivo para absorver o CO2, que depois é destruído através de uma lavagem com carbonato de sódio.

Em Fevereiro deste ano, o patrão da Virgin, Richard Branson, juntou-se a esta investigação com a instituição do Virgin Earth Challenge - um prémio de 25 milhões de dólares (18 milhões de euros) para quem conseguir criar um sistema capaz de remover as emissões de dióxido de carbono responsáveis pelo efeito de estufa, com o objectivo de contribuir para a estabilidade climática do planeta.

Mas, além de criar esta tecnologia, os concorrentes têm de demonstrar a um júri de seis elementos, entre os quais o activista Al Gore, que os seus modelos são passíveis de ser comercializados, isto é, têm custos praticáveis. "Uma coisa é estar a fazer investigação nesta área e outra é apresentar algo com um custo funcional", disse James Hansen, um dos membros do júri.

Segundo o "The Guardian", a Global Research Technologies vai candidatar-se a este prémio. Para o investimento ser eficaz, a empresa teria de produzir um milhão de dispositivos, capazes de remover mil milhões de toneladas de carbono por ano. "De acordo com as emissões actuais, seria o suficiente para reduzir de forma significativa o CO2 na atmosfera", disse Allen Wright, presidente da GRT. Produzindo a esta escala, a empresa acredita ir ao encontro da condição do Virgin Eart Challenge, ou seja, fazer preços competitivos.

Ainda de acordo com o "The Guardian", David Keith não está a pensar concorrer ao desafio da Virgin. Para o seu modelo funcionar seria necessário construir milhares de estruturas, com centenas de metros de diâmetro e mais de cem metros de altura. O processo custaria cerca de 100 dólares por tonelada de CO2 capturado. Só os custos de demonstrar ao júri do Virgin Eart Challenge a viabilidade do seu modelo iria diminuir em muito a quantia do prémio, justificou o cientista.

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