Rússia, Turquemenistão e Cazaquistão acordam construção de gasoduto

Vladimir Putin
Fotogaleria
Vladimir Putin DR
Fotogaleria

Os Presidentes da Rússia, do Cazaquistão e do Turquemenistão encarregaram hoje os governos dos seus países de preparar e assinar um acordo sobre a construção do gasoduto do Cáspio até 1 de Setembro.

Segundo a declaração assinada por Vladimir Putin, Nursultan Nazarbaev e Gurbanguli Berdimukhammedov, em Achkabad, o acordo prevê também "a fundamentação técnico-económica, as principais características e os prazos de realização do projecto, os compromissos conjuntos com vista à criação de condições favoráveis para uma realização economicamente eficaz".

Os Presidentes decidiram também "dar grande importância ao aprofundamento da cooperação mutuamente vantajosa no campo do gás" e tencionam "desenvolver as capacidades de transporte do gás natural turcomeno, nomeadamente em conformidade com o acordo entre a Rússia e o Turquemenistão sobre a cooperação no campo do gás de 10 de Abril de 2003, bem como do gás natural cazaque".

A iniciativa de construção deste novo gasoduto, que será construído ao longo da costa do Cáspio, foi tomada em 2003 pelo então Presidente turcomeno, Saparmurat Niazov. A instalação custará mil milhões de dólares e o tubo terá uma capacidade anual de transporte de 30 mil milhões de metros cúbicos de gás. O gasoduto atravessará os territórios do Turquemenistão e do Cazaquistão, indo ligar-se ao tubo já existente Ásia Central-Centro 1, na fronteira russo-cazaque.

O gás turcomeno, cazaque e uzbeque é actualmente exportado pelo gasoduto Ásia Central-Centro 3, construído em 1967. A sua capacidade de transporte não vai além dos 50 mil milhões de metros cúbicos de gás, enquanto que a Rússia tenciona comprar este ano ao Turquemenistão, no âmbito de um acordo assinado por 25 anos, 60 mil milhões e, até 2025, aumentar esse volume até 80 mil milhões.

Além deste plano, existe outro que prevê o transporte do gás turcomeno por um gasoduto que deveria ser montado pelo fundo do mar Cáspio até ao Azerbaijão e, daí, iria até à Turquia, ladeando o território russo. Este último plano tem o apoio da União Europeia.

Berdimukhammedov declarou que o segundo plano não foi posto de lado. "Não se preocupem, chega para todos", declarou o novo dirigente turcomeno aos jornalistas.

O Turquemenistão é o segundo maior produtor de gás natural no antigo espaço soviético, depois da Rússia. Segundo dados oficiais, as reservas potenciais de gás desse país rondam os 22 mil milhões de metros cúbicos (5º lugar no mundo). Em 2007, planeia extrair anualmente 71,1 mil milhões de metros cúbicos de gás e, até 2030, aumentar até 250 mil milhões.

Porém, os dirigentes russos têm outra posição: "O projecto do gasoduto através do Cáspio não existe, é uma intenção declarada pelos dirigentes de alguns países que se encontram reunidos muito longe desta sala, como forma de resolver as questões ligadas a roteiros alternativos", comentou Victor Khristento, ministro da Indústria da Rússia.

Khristenko tinha em vista a Cimeira de Cracóvia, onde dirigentes do Azerbaijão, da Ucrânia, da Polónia, da Geórgia e da Lituânia estão reunido para coordenar posições com vista à construção de um gasoduto do Turquemenistão até à Europa, ladeando o território russo.

O Presidente do Cazaquistão, Nussultan Nazarbaev, prometera estar presente nessa cimeira, mas preferiu o encontro com os dirigentes da Rússia e do Turquemenistão.

Sugerir correcção
Comentar