Se hoje se realizassem eleições legislativas, o PS teria 36,4 por cento dos votos e o PSD 32,4 por cento, o que dá uma diferença de quatro pontos percentuais entre os dois maiores partidos políticos, segundo um estudo de opinião realizado pela Eurosondagem para a Rádio Renascença e semanário "Expresso".

Se juntar as restantes forças políticas, a distribuição dos votos daria uma maioria de esquerda na Assembleia da República. Apesar de o CDS/PP ser a terceira força política, com 8,6 por cento, a CDU surge na quarta posição com 5,4 por cento e o Bloco de Esquerda com 3,2 por cento, o que cerca de 45 por cento das intenções de voto para os partidos de esquerda.

Os dois partidos de direita ficariam com 41 por cento da votação. O estudo de opinião aponta, ainda, para a existência de 12,4 por cento dos inquiridos que não sabe ou não responde.

A maioria dos inquiridos, 43,1 por cento, entende que a acção do Governo tem sido negativa, contra metade, 22,4 por cento, que subscreve grande parte das medidas avançadas nos últimos meses pelo novo Executivo. Como se sabe, o Governo de centro-direita aprovou a eliminação de benefícios de taxas de juro para os novos contratos de habitação de crédito jovem, aumentou a taxa máxima do IVA de 17 para 19 por cento, na tentativa de arrecadar mais receitas, e bloqueou a entrada de funcionários nos quadros do Estado, estancando, por essa via, o aumento da despesa no pagamento de salários. Estas três medidas foram as mais visíveis.

Quanto à actuação do primeiro-ministro, existe um maior equilíbrio nas respostas obtidas pela Eurosondagem: 32,4 por criticam Durão Barroso e 31,6 por cento dizem aceitar essas medidas de contenção da despesa pública e consolidação do défice público.

O estudo de opinião foi realizado nos dias 4, 5, 6, 9 e 10 de Setembro, através de 1469 tentativas de entrevistas, das quais 30 por cento foram recusadas.