Comunistas prometem confrontar ministro e presidente da CP sobre "ruptura" da ferrovia

PCP recorda que o seu projecto de resolução "Desenvolvimento de um Plano Nacional para o material circulante ferroviário", foi aprovado com o voto contra do CDS e a abstenção do PSD.

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Rui Gaudencio

O PCP assegurou nesta terça-feira que vai questionar o ministro do Planeamento e Infra-estruturas e o presidente da CP no Parlamento, onde serão ouvidos após as férias, sobre a situação de "ruptura na oferta e serviços ferroviários".

"O PCP não deixará de questionar o ministro e o presidente da CP aquando da sua ida para audição à Assembleia da República - a requerimento de vários partidos, incluindo o PCP - sobre o quadro geral da degradação da oferta e do serviço ferroviários, e sobre os casos concretos (supressão de ligações, redução de frequências, avarias e outras anomalias quer nas linhas suburbanas, quer no médio e longo curso) que, entretanto, vão sendo conhecidos", lê-se num comunicado do PCP.

Na nota, os comunistas referem que os problemas que têm vindo a ser noticiados são "a evidência de uma situação que o PCP há muito tem denunciado".

O PCP recorda, entre outros, o seu projecto de resolução aprovado no Parlamento em 15 de Junho e publicado na segunda-feira em Diário da República - "Desenvolvimento de um Plano Nacional para o material circulante ferroviário", o qual, "sintomática e esclarecedoramente, teve o voto contra do CDS e a abstenção do PSD".

O grupo parlamentar do PCP requereu ainda, junto do presidente da comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, o deputado democrata-cristão Hélder Amaral, a audição "com carácter de urgência" das comissões de trabalhadores do sector ferroviário (CP, EMEF, IP e Medway).

No domingo, a CP explicou a sua opção de cancelar a venda de bilhetes para comboios de longo curso, "nomeadamente para aqueles que circulam em pontos que têm revelado maior impacto no aumento das temperaturas interiores", para gerir os níveis de ocupação e, "desta forma, minimizar o desconforto da viagem". A empresa notou que as temperaturas extremas sentidas em Portugal nos últimos dias estavam a "afectar seriamente a operação ferroviária".

Na segunda-feira, o secretário de Estado das Infra-estruturas, Guilherme d'Oliveira Martins, rejeitou que a CP - Comboios de Portugal esteja "em situação de colapso", considerando que a oposição PSD/CDS-PP está "a criar um caso que não existe de todo", após intervenções críticas por parte daqueles partidos.

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