Partido de Orbán sofre derrota inesperada em eleição local

Fidesz perde bastião para candidato independente apoiado por vários partidos da oposição, seis semanas antes das legislativas.

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A eleição mostra que o partido de Orbán não é invencível STOYAN NENOV/Reuters

O partido do Governo da Hungria, Fidesz, sofreu uma derrota considerada humilhante na terra que é um bastião seu e onde o chefe de gabinete do primeiro-ministro Viktor Orbán fez pessoalmente campanha a favor do candidato derrotado.

Resultados preliminares davam a vitória a Peter Marki-Zay, que não tem experiência política e concorreu como independente com o apoio de partidos tão diferentes como o Partido Socialista e o Jobbik (extrema-direita, de momento a principal força da oposição), e o pequeno partido LMP (liberal) com 57,7%, contra 41,6% do candidato favorito, Zoltan Hegedus, que obteve apenas 41,6%.

O chefe de gabinete de Orbán, Janos Lazar, que é da cidade, esteve a fazer campanha no local em apoio do candidato derrotado.

Orbán tenta um terceiro mandato consecutivo numa campanha baseada numa mensagem anti-imigração, aumentos de salários e promessas de pensões de reforma mais altas. Ainda que continue a ser o favorito para as legislativas de 6 de Abril, as eleições em Hódmezovásárhely (Sul) têm leitura nacional.

“Tem uma enorme importância psicológica”, comentou o analista Robert Laszlo ao centro de estudos húngaro Political Capital à Reuters. “Mostra que o Fidesz não é invencível até num sítio como este e o resultado pode empurrar os partidos da oposição para a acção e levá-los a repensar as suas estratégias.”

“Hódmezovásárhely mostrou que nos queremos livrar dos grandes que estão a fazer bullying a toda a classe”, declarou Peter Marki-Zay. “Hoje começou uma nova era.” 

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