Líderes cristãos encerram Igreja do Santo Sepúlcro em protesto

Governo israelita quer mudar a lei da propriedade e também taxar as terras da igreja.

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ABIR SULTAN/EPA
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Os líderes cristãos de Jerusalém tomaram a rara decisão de encerrar a Igreja do Santo Sepúlcro em protesto pela nova política fiscal de Israel e por uma proposta legislativa sobre a propriedade.

A legislação, disseram, é um ataque aos cristãos e à Terra Santa. Os que apoiam a lei, por seu lado, dizem que esta reacção é exagerada.

A Igreja do Santo Sepúlcro é o local onde, segundo os cristãos, Jesus foi sepultado e ali ressuscitou. É o local mais sagrado do cristianismo e um lugar muito procurado por peregrinos. 

Num comunicado conjunto, citado pela BBC, a Igreja Católica, a Ortodoxa Grega e a Arménia anunciaram que a igreja está encerrada até novo anúncio. 

Na origem do protesto está uma lei do Governo de Benjamin Netanyahu que os líderes religiosos dizem abrir caminho para o Estado israelita reivindicar a posse de terreno que é propriedade das igrejas.

Considerando a proposta de lei "abominável", os líderes dizem que "lembra a todos as leis de natureza semelhante que foram aplicadas contra os judeus durante o período negro da Europa".

Os defensores da lei dizem que esta apenas protege os israelitas que vivem em terrenos que as igrejas já venderam a construtores por haver o receio de que as licenças destes não sejam renovadas. Os líderes cristãos contra-argumentam: é uma medida para que o Estado judaico impeça que as igrejas vendam terras, uma fonte importante dos seus rendimentos.

O protesto estende-se a outro projecto do Governo israelita de taxar terras da igreja que as autoridades de Jerusalém considerem comerciais. 

O presidente da câmara da cidade, Nir Barkat, disse que há 186 milhões shekels (152 milhões de euros) de impostos por cobrar às igrejas. Barkat, também citado pela BBC, acrescentou que os edifícios das igrejas estão isentos do futuro imposto, mas os hotéis e outros edifícios comerciais irão pagar.

Reagindo ao protesto e ao encerramento da Igreja do Santo Sepúlcro, o Governo decidiu adiar uma semana a discussão das medidas. 

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