Bloco contraria PS e defende aumentos em 2019

Catarina Martins lembrou que os salários "estão tendencialmente estagnados".

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu neste domingo aumentos salariais na função pública em 2019, contrariando a posição do porta-voz do PS João Galamba, afirmando que não se trata da "opinião de um partido".

"Não é matéria de opinião, é uma matéria de facto. Há estagnação salarial em Portugal e temos responsabilidades de tomar medidas para a valorização dos salários, para que o crescimento económico esteja ao serviço de quem deve estar, de quem trabalha", afirmou aos jornalistas, a meio de uma vista à feira das Galinheiras, em Lisboa.

Em entrevista à TSF, no sábado, o deputado e porta-voz socialista João Galamba admitiu que "dificilmente haverá aumentos para a função pública em 2019", tese contrariada pela líder bloquista.

Todos os estudos provam, afirmou, que os salários em Portugal "estão tendencialmente estagnados", os mais afectados foram os mais baixos e alertou para os efeitos positivos no aumento do salário mínimo nacional. "Se não tivesse existido o acordo, em que o BE se empenhou, para a subida de 5% ao ano do salário mínimo, poderíamos estar a assistir a uma quebra salarial em Portugal", explicou.

Dupla penalização nas pensões

A líder do BE propôs ainda o fim da dupla penalização a quem pede a reforma aos 60 anos e com 40 anos de desconto.

Ao lado de uma banca de venda de legumes, Catarina Martins afirmou que o Governo "tem de cumprir, pelo menos, o mínimo de convergência que é acabar com o factor de sustentabilidade" para quem tem longas carreiras, de corte de 3,5% à cabeça, na reforma. "Não tem sentido para quem já trabalhou 40 anos, descontou, tem mais de 60 anos, ter três penalizações à sua capacidade de aceder à reforma por inteiro", disse.

Catarina Martins lembrou que as pessoas vêm a idade de reforma a ser aumentada todos os anos – está nos 66,5 anos –, o factor de sustentabilidade para a Segurança Social, além do corte de 0,5% por mês até à idade de reforma. O projecto de lei dos bloquistas entrou na Assembleia da República na sexta-feira.

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