Praga de ratos fecha duas escolas do Restelo

Aulas foram interrompidas a meio da manhã e só serão retomadas na próxima terça-feira.

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Nuno Ferreira Santos

O “ressurgimento de uma praga de roedores” na Escola Secundária do Restelo e na EB1 de Caselas, em Lisboa, levou ao encerramento dos dois espaços até segunda-feira. As aulas serão retomadas no dia seguinte. 

Uma docente dá conta de que professores e alunos souberam da necessidade de desratização esta manhã, já depois do início das aulas. Numa ordem de serviço colada na porta das escolas nesta quinta-feira, o director do agrupamento escreve que “não estão garantidas as condições de higiene e saúde pública“.

“Serão tomadas as medidas necessárias dentro do perímetro escolar e serão alertadas as entidades competentes no que respeita ao espaço exterior envolvente, visto o problema ultrapassar os limites do recinto escolar”, lê-se ainda no documento, assinado por Júlio Santos, director do agrupamento.

Contactado pelo PÚBLICO, o mesmo esclareceu que os roedores foram detectados há dois dias, mas que apenas agora se obtiveram certezas e condições para uma desinfestação. “Colocámos ambas as escolas em período de quarentena por uma questão de prevenção”, esclarece Júlio Santos. 

Desta vez, elucida o director do estabelecimento, os indícios de animais apareceram na sala de professores e não nas palmeiras do exterior, como anteriormente já tinha acontecido. Na sua opinião, o verdadeiro problema prende-se com a degradação das instalações, algo que tem sido remediado com pequenas intervenções ao longo dos anos e que, segundo o docente, é transversal a vários imóveis de ensino. “É preciso que seja feito um plano de intervenções para este tipo de situações. Faltam recursos humanos e financeiros”, conclui o director. 

Ana Ferreira, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária do Restelo, é de semelhante opinião e descreve uma situação de angústia para os pais, daquela que se esperaria que fosse uma escola de “algum prestígio” na zona.

“A escola necessita de condições mínimas para os alunos e neste momento não as tem”, conta ao PÚBLICO a presidente. “O balneário só teve obras de recuperação porque foi feita greve e para problemas desta natureza a resposta do Ministério é sempre: ‘Não há verbas’”.

Quando inquirida relativamente a um possivel desfecho da situação, não acha que a solução será definitiva: “Até fazerem uma intervenção a fundo no mato que rodeia a escola e darem condições dignas de estudo aos nossos filhos, voltarão a acontecer episódios semelhantes”.

A meio da tarde já se encontrava no local a empresa de desinfestação, bem como os serviços municipalizados, que, juntos, darão conta de uma intervenção profunda que se estende para o fim-de-semana, com o intuito de prevenir, “não pondo em causa a saúde dos alunos”.

É de relembrar que é a segunda vez, neste ano lectivo, que aparecem ratos na Escola Secundária do Restelo, tendo a primeira ocorrido logo no fim de Setembro. 

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