Novo Banco atingiu meta de solidez na recompra de obrigações

Banco de transição conseguiu atingir a almofada de solidez de 500 milhões de euros a que estava obrigado para concretizar a venda ao fundo Lone Star.

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António Ramalho, presidente do Novo Banco Rui Gaudencio

A operação de recompra de obrigações - a que estava obrigado o Novo Banco para concretizar o negócio de venda ao fundo americano Lone Star - falhou a meta de 75% do total de dívida no mercado. Mas foi concluída com sucesso, uma vez que atingiu o objectivo determinante: libertar capital suficiente para constituir uma almofada de 500 milhões de euros.

Num comunicado enviado na madrugada (4h47) desta quarta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Novo Banco divulgou o resultado das ofertas, indicando que os credores aceitaram trocar 4,74 mil milhões de euros em obrigações, de um total de 8,3 mil milhões de euros que eram objecto da operação. Apenas 57,1% da meta definida, que era de 75% do montante global.

Do total de investidores que aceitaram a operação de recompra de obrigações, 1,87 mil milhões foram emitidos pela sucursal de Londres do Novo Banco, explica a instituição no comunicado. 

Perante estes números, o Novo Banco esclarece que "apesar de a condição mínima não ter sido atingida, a Lone Star e o Fundo de Resolução acordaram que os níveis de aceitação final das ofertas (...) terão como efeito a satisfação automática da condição precedente relevante estabelecida no contrato de compra e venda da Lone Star (...) pelo que o banco decidiu renunciar à condição de participação mínima". 

O propósito desta operação passava por obter uma poupança de capital com a eliminação das responsabilidades assumidas com os juros das obrigações em mercado, depois de recomprado um montante suficiente (deduzido dos juros que o banco estava oferecer nos depósitos que irá oferecer aos investidores depois de concluída a operação).

Assim, perante o tipo de títulos que foi recomprado o banco conseguiu recuperar obrigações em que as responsabilidades assumidas eram mais de capital do que de juros - por serem dívida de mais curto prazo - pelo que conseguiu libertar mais capital com menos obrigações, atingindo assim a meta de 500 milhões com uma quantidade menor do que aquela definida inicialmente.

Como o PÚBLICO já havia noticiado , esta era a condição prévia para o Estado e o Banco de Portugal selarem a venda do Novo Banco ao Lone Star, uma vez que permite baixar o risco de o Fundo de Resolução ter de injectar mais capital no banco para compensar eventuais perdas com activos problemáticos (para além dos 3,9 mil milhões de euros que ficou definido na venda ao Lone Star). 

A liquidação da oferta terá lugar ao longo desta quarta-feira, dia 4 de Outubro. 

Fica agora a falta a aprovação formal da Comissão Europeia ao negócio, esclarece banco no mesmo comunicado.

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