Helicóptero ataca sedes de ministério e do Supremo da Venezuela

Polícia terá furtado aparelho e disparado 15 tiros contra edifício governamental. E lançou quatro granadas contra tribunal, mas que não explodiram.

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Reuters/REUTERS TV

Um helicóptero atacou, na terça-feira, a sede Supremo Tribunal da Venezuela, em Caracas, com tiros e granadas. O piloto seria um agente policial que se apoderou do aparelho e será o autor de um manifesto em que denuncia “o governo criminoso” do país. O seu paradeiro é desconhecido, segundo a cadeia britânica BBC. Não há vítimas mortais nem feridos.

A partir do helicóptero foram disparados 15 tiros contra o edifício do Ministério do Interior e terão sido largadas quatro granadas sobre a sede do Supremo, diz a Reuters. Há imagens vídeo, disponíveis na BBC, que mostram o aparelho a sobrevoar edifícios, ouvindo-se depois uma sequência de tiros. No primeiro local, decorria um evento social, ao passo que no segundo havia reunião de juízes, acrescenta a agência de notícias.

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Sede do Supremo Tribunal da Venezuela, em Caracas REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

O piloto, identificado como Oscar Pérez, é um inspector da polícia científica venezuelana, segundo Caracas. Enquanto sobrevoava os edifícios governamentais, Pérez parece segurar um cartaz em que está escrito “Liberdade” e o número 350 – uma referência ao número do artigo da Constituição venezuelana que prevê o direito à insurreição contra um governo não-democrático.

Aliás, no Instagram de Pérez foram publicados diversos vídeos, sensivelmente na mesma altura em que o helicóptero fazia o seu voo, no qual este explica quem é e ao que vem.

Desde o palácio presidencial, o Presidente Nicolás Maduro tentou explicar o que se passou, classificando o ataque como “terrorista”. “Vamos capturar o helicóptero e aqueles por detrás deste ataque terrorista contra as instituições do nosso país”, prometeu Maduro, acrescentando que as granadas lançadas não terão explodido.

Há três meses que Maduro enfrenta manifestações e protestos da oposição nas ruas. Dos muitos confrontos resultaram até agora pelo menos 75 mortes, além de centenas de feridos e detidos. A oposição exige eleições, medidas que tirem o país da brutal crise económica, a libertação dos oposicionistas detidos e autonomia para a Assembleia Nacional, controlada pela oposição.

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