Steve Bannon vai ter assento no Conselho de Segurança Nacional

Dirigiu o Breitbart, o site que se tornou no baluarte da extrema-direita racista norte-americana. Agora, vai ter acesso a informações altamente sensíveis sobre a segurança e política externa dos EUA.

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Steve Bannon vai ter acesso às reuniões do Conselho de Segurança Nacional EPA/JIM LO SCALZO

O ex-director do site Breitbart, símbolo da extrema-direita norte-americana, Steve Bannon, vai integrar o Conselho de Segurança Nacional, revelou a Casa Branca, relegando os responsáveis dos serviços secretos e das Forças Armadas para segundo plano. O senador republicano, John McCain, diz estar “preocupado” com inclusão de Bannon.

O conselheiro e estratega de Trump vai estar presente em todas as reuniões do em que são discutidos os principais temas de segurança interna e política externa dos EUA, apesar da sua falta de experiência nestes assuntos. John McCain diz que a integração de Bannon no CSN representa um “afastamento radical” em relação ao historial deste órgão.

A inclusão de Steve Bannon, que foi um dos principais dirigentes de Trump durante a campanha, é acompanhada da diminuição do papel do director dos Serviços de Inteligência e do chefe do Estado Maior das Forças Armadas, que estão presentes apenas em reuniões em que sejam discutidas “questões relacionadas com as suas responsabilidades e conhecimentos”.

Bannon tem sido uma presença assídua em vários actos do novo Presidente dos EUA, o mais recente dos quais foi durante o telefonema entre Trump e o seu homólogo russo, Vladimir Putin. Bannon foi igualmente um dos autores do discurso de tomada de posse de Trump. Na semana passada, o conselheiro disse ao New York Times que os media foram "humilhados" pela vitória de Trump e que deveriam "manter a boca fechada".

À frente do Breitbart, Bannon tornou o site num dos mais importantes fóruns para os militantes de extrema-direita, congregando neonazis, supremacistas brancos e anti-semitas. A propagação de conteúdos favoráveis a Trump e, por vezes, ofensivos em relação à sua rival, Hillary Clinton, foram cruciais para a vitória do empresário. O homem que durante anos foi responsável pela divulgação de teorias da conspiração e teses racistas terá agora acesso a informações altamente confidenciais.

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