BPI encerrou a perder 3% com incerteza de retirada da OPA pelo Caixabank

Jornal espanhol El Confidencial, citando fonte anónima, dá conta de "cansaço" do Caixabank sobre impasse jurídico.

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Impasse na desblindagem de estatutos do BPI penaliza acções. Público

As acções do BPI encerraram nesta segunda-feira com uma queda de 3,04%, mas chegaram a perder mais de 5% ao longo da sessão. A desvalorização aconteceu depois de uma notícia do jornal espanhol El Confidencial a dar conta da possibilidade de o Caixabank retirar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) que lançou sobre o banco português, numa altura em que se mantém o impasse jurídico criado pelas duas providências cautelares apresentadas por um accionista da instituição.

Os títulos do banco presidido por Fernando Ulrich fecharam a valer 1,09 euros, depois de terem fixado um mínimo da sessão em 1,06 euros.

Além do "cansaço" da administração do Caixabank, relatado pelo jornal espanhol, a cotação das acções do BPI, também estão a ser negativamente influenciadas pela incerteza quanto à assembleia geral (AG) de accionistas, marcada para terça-feira.

A AG deveria votar a proposta de desblindagem de estatutos avançada pela administração do banco, e de cuja aprovação está dependente a continuidade da OPA do accionista espanhol. Mas pode ser novamente suspensa, uma vez que ainda não há decisão judicial sobre as duas providências cautelares apresentadas pelo accionista Violas Ferreira Financial.

Essas providências, que o BPI já contestou, pretendem anular a eleição de Carlos Osório de Castro para presidente da Mesa da Assembleia, e impedir a votação da proposta de desblindagem de estatutos apresentada pela administração do banco.

Os direitos de voto do BPI estão bloqueados a partir de 20% do capital detido por cada accionista.

A Violas Ferreira Financial, detentora de 2,6% do banco, contesta o preço da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo Caixabank, que controla 45% do capital. A estrutura accionista da instituição conta ainda com angolana Isabel do Santos como accionista (18%).

Contactado pela Lusa, o Caixabank limitou-se a dizer que "não comenta" a notícia do jornal digital e o BPI e fonte do BPI também disse não comentar a notícia avançada em Espanha.

O recente decreto-lei do Governo, criado com o propósito de “desbloquear” a guerra entre accionistas do banco, o chamado “diploma BPI”, deveria garantir a aprovação da proposta de desblindagem, mas falhou, pelo menos por enquanto, esse propósito. 

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