Incêndio de Águeda dominado, mas há “trabalho complexo” para “os próximos dias”

Bombeiros vigiam “muitos pontos quentes” em Águeda. Em Arouca e Ponte de Lima, chamas continuam.

Fotogaleria
Imagem de bombeiros na sexta-feira combater o fogo em Águeda Rui Farinha/nFactos
Fotogaleria
Na Madeira, a situação está mais calma Miguel Manso

O incêndio em Préstimo, no concelho de Águeda, que os bombeiros combatem desde segunda-feira, “está dominado” mas ainda “obriga a um trabalho complexo” que deverá arrastar-se por vários dias, disse ao PÚBLICO o comandante Elísio Oliveira, do Agrupamento Distrital do Sul. O fogo tem ainda “muitos pontos quentes”, detalhou, e embora já não esteja já entre as principais ocorrências no território nacional – continuam 510 homens a lutar contra as chamas em Arouca -, ainda inspira cuidados.

“O fogo está dominado desde as 9h45”, explicou ao telefone o responsável dos bombeiros. No terreno encontram-se mais de 350 operacionais, apoiados por 102 veículos, que já trabalham “em grande parte do perímetro em operações de rescaldo e vigilância”. Mas “vai haver aqui trabalho para os próximos dias”, explicou, frisando que se trata de “uma operação complexa” esta que tenta agora debelar definitivamente o incêndio que tanto tem preocupado os bombeiros e autoridades da região nos últimos dias. O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, estimou à Lusa esta madrugada que os incêndios tenham consumido mais de 30% da área do concelho. "Ardeu quase tudo até ao IC2, com excepção das zonas urbanas".  

O comandante Elísio Oliveira destaca ainda que a consolidação do trabalho na zona de Préstimo depende de variáveis como o vento, que pode agravar a situação ao longo do dia.

Portugal desaguou todo em Águeda, mas mesmo assim o fogo teimou em não ceder

No mapa da Protecção Civil, às 13h30 deste sábado, constavam dois incêndios de maior dimensão: o que também desde segunda-feira grassa no concelho de Arouca, onde estão 510 bombeiros e 163 meios terrestres, além dos seis meios aéreos disponíveis - um Canadair italiano, dois Canadair de Marrocos, dois aviões médios e um helicóptero. Este foco já foi dado como dominado na sexta-feira ao início da noite mas reactivou-se perto do distrito de Viseu. Continua a apresentar, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil, riscos mistos numa zona rural que também envolve povoamento florestal. Há uma frente activa numa zona habitada.

Também continua activo o fogo em Rebordões, no concelho de Ponte de Lima (distrito de Viana do Castelo) que consome mato desde cerca das 21h de sexta-feira. No local encontram-se 65 bombeiros e 21 meios terrestres, além de um helicóptero pesado. Debatem-se com duas frentes activas.

Estes são os maiores incêndios activos em Portugal continental, sendo que a ANPC à hora de publicação desta notícia contabilizava um total de 67 fogos no território nacional, que mantêm no terreno 2644 homens, a maior parte dos quais – 1403 – a trabalhar no distrito de Aveiro. A GNR indicou também que as autoridades vão estar atentas, neste fim-de-semana prolongado de festas nas localidades, ao uso do fogo-de-artíficio e seus riscos para os incêndios.  

Sugerir correcção
Comentar