PJ só terá conclusões preliminares sobre incêndio do Andanças na próxima semana

GNR diz que "não há indícios de crime" na origem deste incêndio, uma informação que atribui à PJ, que, por sua vez, não confirma que exista qualquer conclusão nesta fase.

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Os investigadores já restringiram o início do fogo a três viaturas, mas ainda não determinaram em qual delas começou de facto enric vives rubio

A Polícia Judiciária (PJ) já terminou a inspecção ao incêndio que destruiu 422 viaturas e danificou outras nove num parque de estacionamento do Festival Andanças, que está a decorrer na Barragem da Póvoa, concelho de Castelo de Vide, em Portalegre. Mas ainda está a recolher depoimentos e, por isso, só haverá conclusões preliminares sobre a causa deste fogo na próxima semana.  

A GNR divulgou nesta sexta-feira que "não há indícios de crime" na origem deste incêndio, uma informação que atribui à PJ, que, por sua vez, não confirma que exista qualquer conclusão nesta fase.

Os inspectores da secção de investigação de incêndios da Directoria de Lisboa da PJ consideram este caso de grande complexidade, já que o grau de carbonização das viaturas é elevado e deixou vestígios muito homogéneos. Por isso, será necessário cruzar os indícios recolhidos na inspecção com depoimentos de testemunhas.

Os investigadores já restringiram o início do fogo a uma área onde se encontravam três viaturas, mas ainda não determinaram se o fogo começou em alguma delas. Nenhum cenário está, por isso, afastado nesta altura, havendo várias possibilidades em cima da mesa, nomeadamente a ocorrência de um curto-circuito numa das viaturas ou a possibilidade de o fogo ter começado no mato existente no parque. 

Para determinarem a área de início do fogo, os investigadores tiveram que estabelecer o percurso do incêndio e fazer o caminho inverso, uma análise possível através da leitura dos danos e dos materiais.

A investigação do que se passou vai ser essencial para determinar quem paga os danos, sabendo-se à partida que a existência de um ilícito criminal (intencional ou negligente) ditaria a exclusão da responsabilidade das seguradoras. Entre os afectados, os que se encontram mais protegidos são os que possuem seguro contra todos os riscos, porque podem accionar esta cobertura e obter uma indemnização mais rapidamente. Os outros terão que esperar pelas conclusões sobre a causa do incêndio.

Proprietários contactados

"A confirmação que nos foi dada pela Policia Judiciária (PJ) é que não há indícios de crime na ocorrência do incêndio. Não há indícios de mão criminosa", disse à agência Lusa o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Portalegre da GNR, tenente-coronel Carlos Belchior, que admite, contudo, que as causas do fogo "continuam em processo de investigação".

As autoridades terminaram nesta sexta-feira de manhã os trabalhos de identificação dos veículos e dos proprietários lesados. "Todo o trabalho de identificação dos veículos e dos seus proprietários está concluído. Durante a tarde, vamos começar a contactar os proprietários para fazer a entrega formal das viaturas", disse o tenente-coronel Carlos Belchior à Lusa.

O tenente-coronel adiantou ainda que os peritos das seguradoras vão ter acesso aos veículos dos seus segurados, a partir da tarde desta sexta-feira.

O incêndio que deflagrou pouco antes das 15h de quarta-feira num parque de estacionamento do Andanças obrigou à suspensão do festival, que foi retomado umas horas mais tarde. Não houve feridos.

O Andanças é um festival que promove "a música e a dança popular", organizado pela associação PédeXumbo desde 1996. Esta 21.ª edição começou na segunda-feira e termina no domingo. A organização esperava receber 40 mil visitantes, numa área de 28 hectares.

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