Mais de 38 mil candidataram-se a um lugar no superior

A uma semana do final do prazo da 1.ª fase, o número de candidatos está ligeiramente acima dos valores do ano passado.

Foto
No ano passado foram 48.306 os estudantes que apresentaram a sua candidatura na 1.ª fase Rui Gaudêncio (arquivo)

O número de alunos candidatos a entrar no ensino superior no próximo ano lectivo deverá ser, pelo menos, semelhante ao registado no ano passado. A uma semana do final da 1.ª fase do concurso nacional de acesso, mais de 38 mil estudantes apresentaram as suas candidaturas, o que significa uma quebra ligeira face ao ano anterior, mas desta feita há mais dois dias para submeter os processos.

Os últimos dados disponíveis no site da Direcção-Geral do Ensino Superior dizem respeito à passada terça-feira. Até então, tinham apresentado candidatura 38.879 estudantes, o que representa um aumento ligeiro face a igual período do ano passado (mais 369 processos). Desde o início da 1.ª fase de acesso, a 21 de Julho, a tendência tem sido de manutenção do número de alunos em relação ao ano anterior. O concurso começou com 10.047 candidaturas (mais 894 do que no ano passado) no primeiro dia, que é um dos mais concorridos habitualmente. O total foi-se mantendo ora ligeiramente acima, ora ligeiramente abaixo face ao mesmo dia do ano passado.

O concurso nacional de acesso ao ensino superior deste ano prolonga-se por mais dois dias do que vem sendo habitual e, até quarta-feira da próxima semana, ainda é possível apresentar candidaturas. A expectativa é de que, até lá, “pelo menos se mantenha o número de candidatos em relação ao ano passado ou até que haja uma ligeira subida”, afirma o presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro.

No ano passado, o número de estudantes que quiseram entrar ao ensino superior aumentou, depois de três anos de quebra consecutiva. O total de 48.306 estudantes que apresentaram a sua candidatura na 1.ª fase significou o número mais alto de candidatos desde 2010.

Na altura, os especialistas ouvidos pelo PÚBLICO atribuíram esse facto sobretudo às melhores notas que os alunos tinham tido nos exames do ensino secundário. Nos exames nacionais deste ano, os alunos saíram-se pior nas duas disciplinas mais concorridas — as notas pioraram a Português (de 11 valores para 10,8) e Matemática A (de 12 para 11,2) —, mas noutras duas disciplinas frequentemente requisitadas pelas instituições para o acesso aos cursos superiores, Biologia e Geologia e Física e Química, houve melhores resultados nos exames e as médias passaram a ser positivas.

João Guerreiro reconhece que os resultados no ensino secundário podem influenciar a procura do concurso nacional de acesso, mas avança com uma outra explicação que defende ter um peso mais decisivo neste aumento da procura: uma recuperação da confiança na formação superior. “As instituições têm feito um esforço de divulgação e credibilização que leva a que haja um ambiente mais favorável e maior confiança na aquisição de novas qualificações”, considera.

Além disso, iniciativas como as universidades juniores ou os dias experimentais, que têm levado milhares de estudantes do secundário às instituições de ensino superior, têm também contribuído para criar “uma ponte” entre os dois níveis de educação, acredita Guerreiro.

Os alunos que se candidatam ao concurso nacional de acesso concorrem a um dos 50.688 lugares disponíveis nas universidades e politécnicos públicos. Os resultados da 1.ª fase de candidatura ao ensino superior serão conhecidos a 12 de Setembro. O concurso nacional termina a 24 de Outubro, quando forem conhecidos os resultados da 3ª fase de candidaturas.

Sugerir correcção
Comentar