Queda de 7% das bolsas chinesas gera forte queda nos mercados europeus e norte-americanos

Bolsas europeias encerram com quedas entre 2% e 4%, com Lisboa a registar o menhor desempenho, com um perda inferior a 1%,

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Bolas asiáticas começam o novo ano em forte desvalorização. Reuters

O ano começou mal para as bolsas chinesas, com quedas de 7% nos principais índices das bolsas de Xangai e de Shenzhen, e por arrasto nas restantes praças mundiais. As quedas da Europa variam entre 2% e 4% e os mercados norte-americanos também iniciaram a primeira sessão do ano em queda, com o Nasdaq, o S&P e o Dow Jones  a perder mais de 2%.

 A reacção negativa dos mercados europeus e norteamericanos reflectem a turbulência dos mercados chineses, a no seguimento de indicadores económicos decepcionantes, mas também o aumento da tensão entre a Arábia Saudita e o Irão.

Na Europa, a bolsa alemã encerrou com a maior queda, ao atingir  4,28%. O CAC de Paris perdeu 2,47% e o FTSE de Londres e o IBEX de Madrid deslizam mais de 2% ao longo da sessão

A praça de Lisboa registou das menores quedas, ao recuar 1,54%, influenciada pela valorização do BPI.

A queda das bolsas asiáticas aconteceu no dia em que entraram em vigor novas regras, como a que permitiu àentidade supervisora destes mercados a antecipar o encerramento da sessão, depois de ter feito uma suspensão temporária, que não conseguiu travar a forte desvalorização de centenas de empresas.

A forte volatilidade está assocada a indicadores da economia chinesa divulgados durante o fim-de-semana. Em causa estão dados sobre a actividade industrial, que voltou a contrair pelo quinto mês consecutivo. Também o yuan foi fixado pelo Banco Central da China em 6,5032 face ao dólar norte-americano, no valor mais baixo dos últimos quatro anos.

Ainda na Ásia, a primeira sessão do ano foi de queda, com destaque para a desvalorização de mais de 3% do Nikkei, o principal índice bolsista do Japão.

A antecipação do fecho dos mercados chineses, em mais de uma hora, acontece pela primeira vez ao abrigo das novas medidas criadas, que entraram em vigor esta segunda-feira e que visam limitar a forte volatilidade que tem caracterizado os mercados accionistas.

Antes da decisão da antecipação foi accionada a suspensão das negociações por 15 minutos, o que passou a poder ser feito sempre que há variações do índice superiores a 5% (ganhos ou perdas), mas a medida não conseguiu travar a pressão vendedora de acções e gerou maior pânico entre os investidores.

As novas regras, criadas pela Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China (CRMV), pretendem, para já sem sucesso, evitar a forte volatilidade registada no Verão, e explicada pelo abrandamento da economia chinesa, pelo elevado valor a que foram colocadas em bolsa muitas empresas e ainda ao elevado número de investidores individuais, sem grande experiência em investimentos bolsistas.

O barril de petróleo Brent, cotado em Londres, para entrega em Fevereiro, abriu esta segunda-feira a 37,92 dólares, uma subida superior a 2%, que será explicada pelo aumento da tensão política no Médio Oriente.

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