O magnata dono do Chelsea Football Club, Roman Abramovich, ganhou hoje o processo judicial no valor de seis mil milhões de dólares que lhe tinha sido movido por quebra de confiança pelo seu antigo parceiro de negócios Boris Berezovsky.

Berezovsky pretendia ser indemnizado por ter alegadamente sido intimidado por Abramovich a vender activos que tinha adquirido durante a distribuição dos vastos recursos naturais da Rússia no início da era pós-soviética e por quebra de uma promessa contratual.

“Encontrei no sr. Berezovsky uma testemunha nada impressionante e inerentemente não confiável, que via a verdade como um conceito transitório e flexível, que podia ser moldado para servir os seus actuais interesses”, disse a juíza Elizabeth Gloster, do Tribunal Comercial de Londres.

“Por vezes as provas que dava eram deliberadamente desonestas; por vezes estava claramente a inventar a prova enquanto estava tentar lidar com dificuldade que sentia em responder à questão de um modo consistente com este caso”, disse também, citada pela agência Reuters. Por outro lado, considerou Abramovich uma testemunha “globalmente confiável”.

Quando testemunhou, Abramovitch disse que pagou a Berezovsky milhões de libras pelos seus serviços como “padrinho político”, mas que nunca foram parceiros de negócios. Ambos têm casa em Londres.

A juíza disse que rejeitou “por completo” as alegações de Berezovsky em relação à Sibneft, bem como a acusação de que Abramovitch tinha quebrado uma promessa de um negócio envolvendo a envolvendo a empresa russa de alumínio RusAl, segundo relata a BBC no seu site.

Esta decisão põe fim a uma odisseia legal com início nos corredores dourados do Kremlin e que se alargou aos off-shores preferidos dos maiores milionários russos, para terminar numa moderna sala de vidro em Londres cheia de advogados e jornalistas.

Berezovsky, 65 anos, é um antigo professor de matemática que se tornou um poderoso traficante de influências durante a presidência do falecido Boris Yeltsin, mas caiu em desgraça na presidência de Vladimir Putin, tendo deixado o país no ano 2000 sem mais voltar. Acusava Abramovich, de 45 anos, de o ter ameaçado com represálias do Kremlin para o intimidar a vender a quarta maior companhia de petróleo da Rússia, a Sibneft, a um preço muito baixo.

Abramovitch, que é o 68º homem mais rico do mundo, com 12,1 mil milhões de dólares, nega que Berezovsky estivesse interessado na companhia e diz que apenas lhe pagou por cobertura política e protecção, segundo a Reuters.