Jornalistas do Financial Times marcam greve de três horas contra proposta salarial

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Foto: Alessia Pierdomenico/ Reuetrs (arquivo)

Os jornalistas do diário britânico Financial Times (FT) vão fazer uma paragem de três horas no próximo dia 22 em protesto contra uma proposta de aumento salarial que consideram insuficiente, anunciou hoje o Sindicato de Jornalistas britânico.

Os trabalhadores do jornal votaram na terça-feira esta paralisação caso a empresa não melhore a proposta, segundo o Sindicato de Jornalistas britânico (NUJ, na sigla inglesa), noticia a EFE.

De cerca de 450 jornalistas, mais de metade estão filiados na National Union of Journalists (NUJ) e espera-se que os restantes se unam a esta posição de força, motivada pela ruptura das negociações com a empresa.

A direcção do FT, um dos jornais mais rentáveis do Reino Unido e orientado para o sector financeiro, ofereceu um aumento teórico de 3,5%, mas os trabalhadores rejeitaram porque mais de um terço dessa percentagem apenas seria aplicada caso fossem alcançados certos objectivos.

Parte do aumento à discrição das chefias

Os trabalhadores asseguram que, segundo essa oferta, a maioria dos jornalistas receberia um aumento real de 2% que supõe, na prática, uma diminuição do poder de compra, uma vez que a inflação britânica superou no ano passado os 5%.


A percentagem restante seria aplicada tendo em conta o rendimento base ou segundo o critério das chefias, condição que causou descontentamento entre os trabalhadores.

Os jornalistas do FT, que estão entre os mais bem pagos do país, com um rendimento anual de 40.000 libras (cerca de 47.600 euros, à taxa de câmbio actual), também criticaram que as chefias tenham concedido “prémios excessivos” e que, com o tempo, pretendam reduzir o poder de compra dos subordinados.

Em comunicado, o FT qualificou de “pouco sensato” convocar uma greve e apontou que a proposta feita “é melhor do que está a ser feito no sector”.

Integrado no grupo editorial Pearson e dirigido por Lionel Barber, o FT conta com cerca de 585.000 de subscritores da sua edição em papel e cerca de 250.000 na edição digital.

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