Japonesa Rumiko Takahashi vence Festival de BD de Angoulême

Dupla revolução. Pela segunda vez na história, e depois de anos de grande polémica, o grande prémio do festival foi entregue a uma mulher. E distingue, também pela segunda vez, o género manga.

Foto
DR

A banda desenhada japonesa (manga) e em particular Rumiko Takahashi estão de parabéns. É que a autora venceu o importante prémio principal do festival internacional de Banda Desenhada de Angoulême, talvez o certame mais conhecido do género em todo o mundo. “Foi a primeira a ultrapassar as convenções da manga e a utilizar este meio para transmitir, com delicadeza e humor, questões pessoais sobre uma sociedade japonesa em mudança", considerou o festival, justificando assim a atribuição do galardão.

Rumiko Takahashi, de 61 anos, foi premiada pelo conjunto da sua obra, tornando-se a segunda mulher a ser reconhecida com o grande prémio do festival, um galardão atribuído pelos profissionais de banda desenhada. Antes, em 2000, também Florence Cestac havia sido distinguida. Em 2018 o vencedor havia sido o americano Richard Corben. Nos últimos três anos o evento ficou envolto em polémica precisamente pela ausência de mulheres entre os principais premiados.

O facto de ter sido distinguida uma autora de manga também é digno de registo, já que antes apenas Katsuhiro Otomo, autor de Akira, havia sido premiado. A japonesa Rumiko Takahashi é autora de séries como Ranma 1/2, Urusei Yatsura e Maison Ikkoku, tendo publicado mais de 200 volumes e vendido mais de 200 milhões de exemplares, segundo o festival. Na abertura da 46.ª edição do festival de BD, foi ainda atribuído um prémio de honra ao norte-americano Frank Miller, pelo conjunto da obra. Rumiko Takahashi, que não esteve presente em Angoulême, será alvo de uma retrospectiva da sua obra na edição do próximo ano.

Foto
Sugerir correcção
Ler 1 comentários